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Indios terena libertam funcionários do Incra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os índios terena de Mato Grosso libertaram nesta madrugada os quatro funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que foram sequestrados ontem Rondonópolis, sul do Estado, a 220 quilômetros de Cuiabá. A BR-163 que esteve interditada na sexta-feira e no sábado foi liberada por volta das 16 horas. A negociação foi feita pelo ouvidor Geral do Incra, Gercino da Silva Filho, que prometeu às 300 famílias dos índios assentá-las na Fazenda Mirandópolis num prazo de 10 dias. Por telefone celular, o cacique Milton Tury Rondon informou que aceitou o acordo. Contudo, se a promessa não for cumprida, os índios voltam a bloquear a rodovia que liga os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul à região do Sul do País. "E podemos seqüestrar mais pessoas", promete ele. Em março deste ano, em mais um dos quatros protestos ocorridos nos últimos quatro anos, os terena mantiveram duas equipes de televisão em cativeiro por mais de 24 horas. Pelo acordo, os índios sem-terra remanescentes da nação terena de Mato Grosso do Sul deverão ocupar a Fazenda Mirandópolis dentro de 30 dias. Os índios, que por dois dias interditaram a rodovia BR-163, entre Rondonópolis e a divisa com Mato Grosso do Sul, receberão R$ 40 mil para se manterem até que a fazenda seja comprada. A fazenda fica na cidade de Juscimeira, sul do Estado. A propriedade a ser desapropriada está avaliada em R$ 11 milhões. Apesar do susto, os funcionários do Incra João Bosco de Moraes, João Batista dos Santos, José Campos e Paulo Renato Andrade, informaram que não foram ameaçados de morte pelos índios. Pelo contrário: receberam alimentação na Chácara Lago Azul, embora não escondessem o nervosismo. Eles foram ao local ontem pela manhã negociar com os índios a desapropriação da fazenda e liberação da rodovia quando foram tomados como reféns.

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