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Índios no MS ameaçam guerra para reaver terras

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 200 índios guarani-caiovás deixaram, nesta quarta-feira pela manhã, a fazenda Idalina no Município de Caarapó, extremo sul de Mato Grosso do Sul, onde estão acampados há três semanas, e foram para a cidade vizinha Fátima do Sul. Pintados para "guerra", os índios queimaram uma ponte de madeira e interromperam o trânsito na estrada que liga o distrito de Cristalina (Caarapó) ao centro de Fátima do Sul. Os índios protestam contra a demora na retomada das terras. Com armas rudimentares, os índios ficaram no centro da cidade até o final da tarde e voltaram para a fazenda. O trânsito sobre a ponte foi interrompido, obrigando os motoristas a tomar outro itinerário. Os índios prometem novos protestos para esta quinta-feira, em Fátima do Sul, onde querem fazer vários atos na prefeitura da cidade e sede da Câmara Municipal, contra a demora em ter as terras indígenas de volta. Em Dourados, também sul de Mato Grosso do Sul, agentes da Policia Federal e o Chefe do Núcleo de apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Dourados, Jonas Rosa, tentaram durante todo o dia evitar conflito armado entre fazendeiros e índios, no Distrito de Panambizinho. São 16 pequenas propriedades rurais com áreas de 25 a 40 hectares cada, que estão nas terras dos guarani-caiovás daquela região, segundo levantamento de antropólogos da Funai. Há um decreto do governo federal editado pelo Ministério da Justiça, confirmando a condição de terras indígenas as áreas ocupadas pelas fazendinhas. Entretanto, os agricultores têm títulos de posse definitiva, expedidos na década de 50, pelo presidente da época, Getúlio Vargas. Os índios querem invadir as áreas de qualquer jeito e os fazendeiros dizem que não ficarão indefesos. São pelo menos 300 índios prontos para a guerra, conforme observaram os policiais.

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