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Índios libertam reféns e obtêm nova reserva

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Por Agencia Estado
Atualização:

Índios terenas do Mato Grosso libertaram os sete jornalistas que vinham sendo mantidos como reféns há mais de 50 horas na região sul do Estado. O presidente da Funai, Glênio da Costa Alvarez, e representantes do Incra negociaram pessoalmente com os seis caciques a imediata criação de uma reserva indígena, a partir de segunda-feira, numa área em processo de desapropriação para assentar 78 famílias. Após a libertação, os reféns foram levados para o Pronto-Socorro de Rondonópolis. Eles afirmaram que não foram maltratados pelos índios. Apenas tiveram os aparelhos celulares tomados pelos terenas, e que foram devolvidos em seguida. Além de receberem alimentação e água, ele dormiram nos carros de reportagem e nas redes dos índios, nas duas noites em que permaneceram no acampamento. Do grupo dos nove jornalistas, dois conseguiram fugir do acampamento na quinta-feira. O trafego nas rodovias federais de Mato Grosso voltaram à normalidade. A interdição das estradas no Estado começou na segunda-feira, quando aproximadamente 500 índios bloquearam a BR-163 e a BR-364, em Rondonópolis, a 220 quilômetros de Cuiabá. Os índios haviam liberado as rodovias por volta das 18 horas de terça, mas voltaram a fechá-la na quinta quando seqüestraram nove jornalistas que faziam a cobertura do bloqueio. Os terenas protestaram contra a demora no assentamento de 400 famílias que vivem na periferia de Rondonópolis (MT). A primeira Reserva Indígena Buritis dos índios terena foi demarcada em 1923 pelo extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI). As terras indígenas estão localizadas no Mato Grosso do Sul, no município de Dois Irmãos, numa área de 2,9 mil hectares. No entanto, segundo o cacique Milton Turi Rondon, com o crescimento da populacional da etnia, estimada em 3 mil índios, um grupo saiu do local em 1984.

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