Índios invadem sede de fazenda no MS

Por Agencia Estado
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Quase 300 índios guarani-caioás tentaram invadir a sede da fazenda Fronteira, em Antônio João, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Eles chegaram a agredir com pauladas alguns funcionários do local. A pronta intervenção da Polícia Federal evitou maiores conseqüências, conforme explicaram os agentes que atenderam a ocorrência. Os índios querem que o fazendeiro deixe de derrubar árvores da espécie macaúba na propriedade rural, madeira utilizada nas coberturas e paredes de casas indígenas. Fiscais do Ibama farão amanhã uma vistoria no local. Caso seja constatada a retirada ilegal de madeira, os responsáveis serão indiciados por crime ambiental e multados, conforme informações da Polícia Federal de Ponta Porã. O prefeito daquela cidade, Dácio Queiroz (PMDB), é o proprietário da fazenda, e nega a acusação feita pelos invasores. Os índios estão acampados há dois anos e meio em uma área de 60 hectares da fazenda, aguardando a desapropriação do imóvel que consideram terra de seus antepassados, baseados em pesquisas antropológicas realizadas por técnicos da Funai. Dácio Queiroz disse que falta seriedade e rapidez à Justiça para resolver a questão. Lembrou que os conflitos são freqüentes. Segundo o prefeito, um grupo de índios teria ferido seu irmão, Pio Queiroz. O prefeito disse também que, antes mesmo da chegada da Polícia Federal à fazenda, que possui um total de 1.400 hectares, mais de 300 índios voltaram à área que ocupam dentro da propriedade. "Por mais de cem vezes os índios cometeram irregularidades no local", disse o prefeito, que se queixa de prejuízos que vem tendo com a ação dos índios, principalmente roubo e abate de bois. A Delegacia Regional da Funai em Amambai, que tem jurisdição sobre os índios de Antônio João, confirmou o conflito mas não acredita que os índios tenham provocado os empregados. "Os caioás estão aguardando, pacificamente, a decisão da Justiça", afirmou um funcionário do órgão.

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