Um grupo de 300 índios da nação guarani-caioá está disposto a cometer suicídio coletivo amanhã, quando serão despejados, com força policial, da Fazenda Fronteira, situada no município de Antônio João, divisa com o Paraguai, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Eles ocupam o local há três anos, porque garantem que se trata de terra de seus antepassados. Segundo o coordenador regional da Funai, Pedro Franco, existe informação de que vários galões de herbicida foram escondidos no acampamento, e de que os índios estão dispostos a utilizar a substância como veneno. Eles ocupam a fazenda há três anos, sempre ameaçados por ações de despejo que vinham sendo adiadas. Mas a Justiça Federal definiu um prazo final que terminou hoje. Pedro Franco disse que, na segunda-feira desta semana, um índio chamado Ramão da Silva cometeu suicídio depois de dizer aos colegas que estava muito triste por causa do impasse na posse das terras.