Incra do Paraná faz diagnóstico do problema agrário

Por Agencia Estado
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O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, deve apresentar nesta sexta-feira, em reunião com a ouvidora-geral do instituto, Maria de Oliveira, e a Comissão Especial de Mediação das Questões da Terra do governo do Paraná, os primeiros números de um levantamento que está fazendo sobre os problemas agrários do Estado. O diagnóstico aponta para a existência de pouco mais de 11 mil famílias acampadas em 84 áreas à espera de terra. "Para este ano não podemos prometer nada", avisou Lacerda. "Não tem dinheiro suficiente e não tem estrutura suficiente." Ele disse que tem conversado com integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) pedindo que evitem qualquer confronto. Ao mesmo tempo, tem procurado entidades ruralistas para encontrar uma solução dos problemas por meio do diálogo. "Até entendo a situação dos ruralistas, que estão acuados", afirmou. "Mas não é se armando que se resolve o problema." Nesta quinta-feira, a comissão do governo do Estado esteve reunida com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Oto Luiz Sponholz. Uma das preocupações é a pressão exercida pelo acúmulo de sentenças de reintegração de posse de terras. "Precisamos de um pouco de calma e, muitas vezes, de um prazo um pouco maior para chegar a uma solução que nem sempre é tão complicada", disse o major Mauro Pirolo, representante militar na comissão. A Secretaria de Segurança Pública não soube informar o número de sentenças que há hoje. A comissão pretende também ter uma reunião com a União Democrática Ruralista (UDR) e discutir a questão do armamento. O superintendente do Incra disse que, antes de assentar as pessoas, há necessidade de uma política séria para o pequeno agricultor, com crédito agrícola acessível, assistência técnica que viabilize social e economicamente a propriedade, e um seguro agrícola. Uma das dificuldades adicionais para a reforma agrária é o preço da terra, que teve uma forte alta desde o ano passado. Nesta quinta, Lacerda estava tentando viabilizar com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a concessão de cestas básicas para as 11 mil famílias acampadas. Ele também pretende conversar com ministérios e prefeituras para que dêem assistência educacional e de saúde.

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