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Incor quer ampliar número de transplantes de coração em crianças

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Por Agencia Estado
Atualização:

Conscientizar o médico de que é preciso ser rápido quando se deparar com um coração de criança que pode ser doado. Esse é dos principais objetivos do evento organizado hoje pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), que reuniu pequenos transplantados em uma festa antecipada do Dia da Criança. Segundo o chefe da equipe cirúrgica de transplante infantil do hospital, Miguel Barbero Marcial, de 60% a 70% das crianças morrem na fila de espera por um coração. "É preciso receber de cinco a dez vezes mais órgãos para que isso não aconteça", diz Marcial, que acrescenta que a dificuldade maior não é a de convencer os pais do doador. O problema começa na menor quantidade, se comparada a de adultos, de crianças vítimas de acidentes. Além disso, há muita demora no diagnóstico de morte cerebral e no encaminhamento do coração para a central de transplantes. "O coração se deteriora mais rápido do que os outros órgãos; o prazo máximo é de 24 horas", lembra o diretor da Unidade Clínica de Cardiologia Pediátrica do Incor, Antônio Augusto Lopes. Atualmente, há quatro crianças na fila de espera por um transplante no hospital. Lucas, internado desde sexta-feira, é um deles. "Já são quase três anos de luta", diz a mãe, Rosilene Soares. No primeiro dia de vida da criança, que nasceu com um problema congênito no coração, os médicos implantaram um marcapasso. Desde então, Lucas já foi internado sete vezes e, em junho, constatou-se que ele precisaria de um transplante. Vânia Leonel, que também participou da festa no Incor, é mãe de Andrews, de 5 anos. "Hoje ele é uma criança como todas as outras. Brinca, pula, corre", diz. Seu filho fez o transplante de coração em outubro de 1999 e hoje está totalmente recuperado. Segundo Marcial, o índice de sobrevida das crianças transplantadas é de mais de 80%.

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