Impasse com aliança em MG preocupa cúpula petista

Tensão entre Marcio Lacerda (PSB) e Roberto Carvalho (PT), em Belo Horizonte, pode refletir em outras capitais; PT nacional trabalha pela manutenção da aliança na capital mineira

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Por Redação
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RIO e BELO HORIZONTE - Surpresos com o grau de tensão entre o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, e o vice, Roberto Carvalho (PT), que defende candidatura própria, integrantes da direção nacional do PT temem que o impasse comprometa acordos entre os dois partidos em outras capitais importantes, especialmente Recife e Fortaleza.

 

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Embora diga que a decisão do diretório municipal será respeitada, o PT nacional trabalha pela manutenção da aliança na capital mineira, mesmo com a participação do PSDB na coligação, já definida por tucanos e pela direção do PSB. Com isso, evitaria problemas no apoio socialista aos candidatos petistas nas capitais do Ceará e de Pernambuco.

 

Na quinta-feira, 1º, durante reunião da executiva nacional do PT, o deputado José Guimarães (CE), vice-líder do governo na Câmara, manifestou claramente a preocupação com o futuro das alianças nas três capitais. "O PT tem que ter cuidado para a questão de Belo Horizonte não contaminar as capitais do Nordeste", disse. Ele defende que em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza a situação seja decidida pelos dirigentes nacionais.

 

O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), também associou a decisão mineira à sucessão em Recife e em Fortaleza. A preocupação é que, se o partido optar por candidatura própria em Belo Horizonte, o PSB dos governadores Cid Gomes, do Ceará, e Eduardo Campos, de Pernambuco, não se sinta comprometido com os candidatos do PT nas capitais. "O PSB é uma equação importante. Não vamos cobrar reciprocidade. Confiamos na maturidade dos partidos", declarou.

 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, procurou amenizar o problema. Falcão tem encontro marcado hoje com Lacerda e disse que vai sugerir ao prefeito que amplie sua base de apoio com partidos da aliança da presidente Dilma Rousseff, como o PMDB, mas que não pedirá a exclusão do PSDB da aliança. "A base deve ser ampliada em outra direção, com o PMDB e outros partidos aliados da presidente Dilma. Vou propor que o prefeito convide o PMDB para o debate", disse.

 

Para evitar o prolongamento dos impasses e indefinições, o presidente do PT também propôs ontem, na reunião da executiva nacional do partido, a antecipação do prazo final para a definição das candidaturas próprias e alianças na eleição de 2012. Inicialmente, o prazo era março, mas deverá ser antecipado para o fim de janeiro.

 

A proposta deve ser aprovada hoje, pelo diretório nacional do partido. A mudança valerá para todas as capitais.

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