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IML divulga laudo sobre a morte dos seis portugueses

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Instituto Médico Legal divulgou hoje o laudo oficial dando detalhes sobre o assassinato dos seis empresários portugueses, que ocorreu no dia 12 de agosto, na Praia do Futuro, em Fortaleza. O diretor técnico da Secretaria de Segurança Pública do Ceará, o médico legista Francisco José Simão, recomendou à PF que não faça a reconstituição do episódio, pois não haveria mais dúvidas sobre as circunstâncias do crime. De acordo com o laudo, todos os seis portugueses tiveram como causa da morte traumatismo devido à tortura e asfixia mecânica por soterramento, comprovado pela grande quantidade de areia no esôfago e na traquéia. Antônio Correia Rodrigues, 43 anos, - considerado por Guerreiro como um "pai"-, foi o mais torturado. "As marcas que ficaram no corpo dele são compatíveis a um atropelamento", compara Simão. Ele apresentava hematomas e escoriações nas costas, na nuca, no ombro esquerdo, braço, cotovelo, abdome, coxa, joelho e no pé direito, além de fratura da 10ª costela direita. Tinha as mãos atadas por fios de nylon. Vitor Manuel Martins, 53 anos, foi reconhecido graças a uma tatuagem no ombro direito com a seguinte inscrição: "Leste de Angola 70-72 Sangue Suor e Lágrima". Os fios de nylon que prendiam suas mãos estavam soltos. Tinha hematomas na cabeça e no punho; escoriações no tórax e no ombro; e 11 costelas fraturadas. Manuel Joaquim Barros, 55 anos, foi o menos torturado. Simão acredita que ele estava apenas desacordado quando foi enterrado na cozinha da barraca. Seu corpo apresentava escoriações na cabeça, na coxa esquerda e no membro superior direito; fraturas de ossos do antebraço esquerdo; e lesão na nuca. Joaquim Fernandes Martins, 47 anos, tinha escoriações nas regiões pélvica e glútea; hematomas na face, na perna, no ombro, no braço esquerdo; e fratura exposta na perna esquerda. Ele levou um tiro na boca a curta distância atingindo a veia jugular. Joaquim Manuel Pestana da Costa, 49 anos, apresentava ferimentos na cabeça, hematomas nas costas e no cérebro, além de pancadas no lombo e nas regiões glútea e pélvica. Os punhos estavam amarrados. Havia ainda uma profunda contusão no pulmão esquerdo. Joaquim da Silva Mendes, 47 anos, levou um tiro na cabeça, dado a curta distância. O corpo dele apresentava manchas de pancadas dadas no tórax e no estômago. Tinha as mãos amarradas e escoriações na cintura. Teve uma morte mais rápida, segundo Simão. O português radicado no Brasil, Luís Miguel Militão Guerreiro, o cunhado dele, Manoel Lourenço Cavalcante, e os seguranças Leonardo Sousa dos Santos, José Jurandir Pereira Ferreira e Raimundo Martins. devem ser indiciados pela PF por latrocínio, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Apenas Martins continua negando participação. O advogado de Guerreiro, Aldenor Xavier, solicitou que fosse feito o exame de sanidade mental no acusado. O pedido foi negado pelo superintendente da PF, Francisco Wilson Vieira Nascimento, que o encaminhou para a Justiça.

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