PUBLICIDADE

Igreja do século XVIII será restaurada no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

A igreja Nossa Senhora da Saúde, construída em 1742, na Gamboa, centro do Rio, será restaurada, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai liberar R$ 196 mil pela Lei Rouanet. O contrato foi assinado ontem entre o Banco e a Arquidiocese e dá início à revitalização da zona portuária, antigo projeto da prefeitura carioca. A verba inicial será usada para reconstituição do telhado, obra de emergência que deve ficar pronta até o fim do ano para evitar que o prédio desabe. A segunda etapa está em fase de projeto. Esta é a terceira igreja carioca restaurada com verba do BNDES, depois da Lapa dos Mercadores e da Ordem Terceira de São Francisco, ambas no centro. Segundo a superintendente de Relações Institucionais do Banco, Elizabeth São Paulo, o BNDES já investiu R$ 51 milhões em monumentos históricos do período colonial e do Império indicados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "A maioria fica no Rio e em Minas Gerais, mas temos projetos em todo o País", disse ela. Segundo o diretor de Urbanismo da Prefeitura do Rio e ex-subprefeito do centro, Augusto Ivan, a Nossa Senhora da Saúde deu origem ao povoamento da região portuária da cidade e, ao lado do Outeiro da Glória, construído na zona sul, na mesma época, delimitava o perímetro urbano da cidade no século XVIII. Em volta das duas igrejas cresceram bairros que tomaram seu nome mas Saúde e Gamboa entraram em decadência no século 20, com o crescimento da cidade em direção à zona sul e às praias oceânicas. A restauração coincide com a entrega dos primeiros apartamentos financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) em convênio com a Prefeitura, para repovoar a região. Apesar de ter sido o primeiro monumento tombado pelo Iphan, logo após sua criação, em 1938, a igreja de Nossa Senhora da Saúde está em ruínas. Um de seus sinos e suas imagens foram roubados e pouco sobrou de seu maior tesouro artístico, um painel em azulejos portugueses contando a vida de José no Egito, personagem do Antigo Testamento. A imagem de Nossa Senhora da Saúde foi salva, mas está no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, por motivo de segurança. "Assim que tivermos condições, a traremos de volta", promete o padre Arnaldo Sulztah, que foi responsável pela paróquia da Sagrada Família, à qual pertence a Nossa Senhora da Saúde. A idéia de restaurar a igreja era um antigo desejo do padre desde que assumiu a paróquia, há 16 anos. Mesmo com a região decadente, até meados do século passado a igreja ainda era mantida pela irmandade que lhe dá nome, mas foi dissolvida nos anos 60. "Nessa época, a última missa foi rezada lá", conta o padre. "Agora, com a volta de moradores nas vizinhanças a igreja volta a fazer parte das atrações turísticas do Rio."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.