'Huck precisa se aproximar de políticos experientes para ganhar votos', diz cientista político

Para Vitor Oliveira, da agência Pulso Público, o apresentador só conseguirá transformar aprovação em votos se tiver base política e mantiver 'áurea de novidade'

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Por Gilberto Amendola
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Para transformar os 60% de aprovação popular em votos, Luciano Huck precisaria se aproximar de políticos experientes, mas sem perder o ar de novidade. Pelo menos essa é a opinião do cientista político Vitor Oliveira, da agência Pulso Público, sobre os resultados do levantamento Estadão-Ipsos sobre a imagem dos possíveis presidenciáveis e figuras públicas. “Ele precisa dessas forças tradicionais para ter estrutura ou base para entrar em uma disputa eleitoral com chances reais”, afirmou.

Esse movimento já tem sido feito por Huck, que nos últimos meses teria se reunido com nomes do DEM e principalmente do PPS (com quem as conversas já estariam mais adiantadas). Paralelamente, o apresentador manteria a áurea de novo tendo os chamados movimentos cívicos de renovação política ao seu lado, como o Agora! e o Renovar. “Ele é um homem essencialmente midiático. Ele é alguém que está todo o sábado na televisão e apenas mostrando o seu lado bom. Isso é muito diferente dos políticos tradicionais”, disse Oliveira.

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Na pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos, Huck aparece com uma melhora significativa de imagem nos últimos dois meses - e aparece como a personalidade com melhor avaliação entre os entrevistados. O aprovação do apresentador passou de 43% para 60%. E a desaprovação caiu de 40% para 34%.

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Luciano Huck e Angélica Foto: Janete Longo / Agência Estado

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Ainda para Oliveira, esses números podem se tornar ainda mais significativos se as eleições de 2018 tiver semelhanças com a de 1989. “Se for uma eleição com muitos candidatos, e o PT e o PSDB não conseguirem reorganizar seus campos, Huck pode ter chances de avançar para o segundo turno”.

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Para Oliveira, uma eleição com muitos nomes pode fazer com que um candidato alcance um 2º turno com, relativamente, poucos votos. “Com vários candidatos, você não vai precisar de mais de 30% dos votos para avançar ao segundo turno. Você pode chegar lá com menos de 20%. O que significa que você não vai precisar de uma organização partidária muito forte, não vai precisar ter palanque em todos os estados, não vai precisar ter centenas de prefeitos te apoiando”, explica. Oliveira acredita que essa pulverização de candidaturas, que beneficiaria um nome como Huck, pode ser evitada se PT e PSDB retomarem seus protagonismos e reagruparem forçar partidárias ao redor de seus respectivos candidatos – diminuindo, assim, o número de presidenciáveis na disputa.