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Houve tratamento diferenciado no Inca, mostra sindicância

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sindicância aberta para apurar irregularidades no sistema para realização de transplante de medula óssea concluiu que houve tratamento diferenciado a pacientes. O resultado das investigações resultou na demissão de dois funcionários do sistema de transplantes, mas não envolveu o vice-presidente, José Alencar, nem o ministro da Saúde, Humberto Costa, acusados de interferência no caso de dois pacientes. Serão afastados de seus cargos o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Diogo Mendes, e a coordenadora do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), Iracema Salatiel. A decisão será publicada no Diário Oficial de segunda-feira. A sindicância foi aberta há um mês, depois de denúncias feitas pelo ex-diretor do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer, Daniel Tabak. As apurações também condenaram a conduta do hematologista, dizendo que ele teria acatado a pressão. Tabak pediu desligamento do cargo há pouco mais de um mês, por não concordar com o tratamento diferenciado concedido a alguns pacientes. Na carta de demissão, relatou casos de dois pacientes. As duas denúncias foram consideradas procedentes. Tabak informou, em sua carta de demissão, que as pressões para que o caso de uma paciente de Araraquara fosse resolvido partiam do vice-presidente. O outro caso é de um menino de Recife. Segundo as denúncias, o pedido para que o caso fosse resolvido teria sido feito pelo avô do paciente ao ministro Humberto Costa. Hoje, ao anunciar o resultado das denúncias, o ministro informou que a sindicância apenas apurou o tratamento diferenciado recebido nos dois casos. As investigações, no entanto, não fazem referência ao motivo pelo qual tais pacientes seriam alvo de tratamento diferenciado e de quem eventualmente teria partido a pressão. As apurações também reuniram indícios de que clínicas particulares e públicas estariam fazendo transplante sem conhecimento do Ministério da Saúde. O ministro Humberto Costa solicitou ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a abertura de um inquérito para apurar eventuais irregularidades cometidas pelas clínicas. O pedido foi aceito.

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