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Hotéis do Rio tentam evitar calote de argentinos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os hotéis do Rio de Janeiro decidiram só aceitar reservas feitas por turistas argentinos com pagamento adiantado. A medida foi tomada com o objetivo de evitar calote devido à crise argentina e às dificuldades criadas pelo governo local para a retirada de recursos do país. A expectativa de entidades de classe e de fomento ao turismo é que o movimento de argentinos no Estado, uma média de 300 mil por ano, caia pela metade neste verão. O balneário de Búzios, principal destino, vai procurar em São Paulo uma alternativa à perda de receita gerada pela crise na Argentina. Na capital do Estado, que recebe cerca de 150 mil argentinos por ano, a principal preocupação é com a falta de crédito. O Sindicato dos Bares, Hotéis Restaurantes e Similares já recomendou a seus filiados que solicitem o pagamento adiantado de reservas para turistas da Argentina. "A maioria dos hotéis acatou a sugestão", disse o presidente da entidade, Alexandre Sampaio. Cancelamentos - Segundo o presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Turisrio), Sérgio Ricardo de Almeida, já há notícias de cancelamentos de reservas feitas para a temporada de janeiro e fevereiro por argentinos em hotéis de duas a quatro estrelas na cidade. Almeida esteve reunido ontem com entidades e agentes do setor para procurar soluções para o problema criado pela crise argentina. Segundo levantamento do setor, a maior parte dos turistas argentinos que vêm ao Rio não se hospeda em cinco estrelas e gasta uma média de US$ 70 por dia, o que daria uma receita anual de US$ 10,5 milhões. Algumas operadoras de turismo já têm créditos a receber de operadoras argentinas e não poderão, assim, cumprir seus compromissos com hotéis. A preocupação é que este movimento se acentue e, por isso, a instituição do sistema pré-pago nas reservas. Em Búzios, onde cerca de 40% dos visitantes são argentinos, a principal preocupação é com a queda do movimento na alta temporada. De acordo com o secretário de Turismo, Isac Tillinger, a crise pode provocar uma redução de até 70% no número de turistas daquele país neste verão. "A crise argentina não podia vir em pior hora, às vésperas da alta temporada, quando não pode haver quartos vazios na cidade", comentou o secretário. A estratégia para evitar a queda na taxa de ocupação é atrair o paulistano para o balneário. "Búzios não é caro e nem é tão longe de São Paulo. São apenas seis horas de carro", afirmou Tillinger, sintetizando a mensagem da campanha publicitária que será veiculada nos principais jornais da capital paulista no próximo mês. "O paulistano tem poder aquisitivo igual ou melhor que o do argentino e gosta de viajar de carro. A idéia é oferecer pacotes para quem viaja de carro e concorrer em preço com os principais destinos do Nordeste", explicou o secretário.

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