Heráclito defende a atuação da empresa do neto de Sarney

Senador diz que empresa de José Adriano Sarney ajudou a reduzir os juros no consignado e evitou especulação

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Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast), Denise Madueño e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) defendeu na tarde desta quinta-feira, 25, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), após o senador Pedro Simon pedir seu afastamento na tribuna. Primeiro, Heráclito afirmou que Sarney não teve tempo para cometer erros durante o seu terceiro mandato como presidente do Senado. Depois, explicou que, com a entrada de novas empresas atuando no setor de crédito consignado na Casa, como a do neto de Sarney, houve uma redução das taxas cobradas de juros.

 

Simon tomou a decisão de ir à tribuna após a nova denúncia publicada em O Estado de S. Paulo, segundo a qual um neto de Sarney - José Adriano Cordeiro Sarney - é um dos operadores do esquema de crédito consignado para funcionários da Casa.  para Simon, Sarney já dá sinais de que também quer se afastar.

 

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"Se Sarney quis errar, nem tempo teve", afirmou. De acordo com o senador, se alguns fatos que vieram a público manchando a história da Casa, vieram por meio da atual Mesa Diretora. Heráclito salientou que o crédito consignado era "cobrado na base da agiotagem" no Senado. De acordo com ele, a taxa inicialmente era de 4% e, posteriormente, caiu para 1,6%, quando novas empresas passaram a atuar na Casa.

 

"Quando vejo matéria do Estadão, eu só faço uma pergunta: O avô ajudou ou prejudicou?", questionou, referindo-se à manchete do jornal de hoje. Para Heráclito, a dúvida persiste porque, segundo ele, vários bancos deixaram de operar no Senado porque se acabou com a agiotagem e a especulação dentro da Casa.

 

O senador disse ainda ser fã número 1 do colega Pedro Simon. "Tenho admiração antiga e crescente", elogiou. Segundo Fortes, se Simon estivesse à frente da Casa, os senadores estariam livres dos escândalos. "Não teríamos passado pelo constrangimento do pagamento de horas extras", destacou.

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Fortes lembrou que, após esse episódio, vieram os atos secretos. "Esses fatos não são histórias da carochinha e serão apurados um a um", garantiu. "Não vou permitir que meu nome vá para o lixo numa hora dessas, mas não posso dar conselhos para Sarney porque sou do mesmo colegiado", continuou.

 

Ele disse esperar que o Senado volte a ter seus dias de glória e disse que se sente incomodado pela atribuição de primeiro secretário da Casa. "Eu gosto de cutucar o governo, mas estou sendo o bedel, o gerente."

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