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Henrique Alves decidiu deixar pasta após confirmar desembarque do PMDB

Peemedebista, que pediu exoneração do ministério do Turismo nesta segunda-feira, se antecipou à definição do diretório nacional do partido de romper com governo

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Por Erich Decat , Adriano Ceolin , Isadora Peron e Igor Gadelha
Atualização:
Ex-ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB-RN) Foto: Dida Sampaio|Estadão

BRASÍLIA - Indicado pelo vice-presidente Michel Temer ao posto, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, se antecipou à decisão do diretório nacional do PMDB, que deve anunciar nesta terça-feira,29, o rompimento com o governo, ao pedir nesta segunda-feira, 28, exoneração do cargo à presidente Dilma Rousseff. A decisão, segundo aliados, foi tomada durante o feriado de Páscoa, após o ministro tomar conhecimento de que o desembarque do governo já contava com o apoio de ampla maioria do partido. 

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Em carta endereçada a Dilma, o peemedebista alega que o diálogo “se exauriu” e diz que o PMDB está diante do desafio de escolher seu caminho, “sob a presidência do meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer”. E emenda: “Estou certo de que, sendo a senhora alguém que preza acima de tudo a coerência ideológica e a lealdade ao seu próprio partido, entenderá minha decisão”. Alves assumiu o cargo em abril de 2015, após a saída tumultuada de Vinícius Lages, afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Em reunião no Planalto, Dilma tentou evitar a saída dos ministros do PMDB. De manhã, reuniu seis dos sete auxiliares para dizer que eles têm compromissos a cumprir no governo e não poderiam abandonar seus cargos de uma hora para a outra. Mesmo diante do apelo, Dilma ouviu que seria muito difícil permanecer. 

Após a oficialização do desembarque peemedebista do governo, os ministros devem ter até 12 de abril para entregar os cargos. Na reunião, ficou acertado que os ministros não compareceriam ao encontro desta terça-feira. Interlocutores da presidente afirmaram que os ministros da sigla se comprometeram a continuar trabalhando contra o impeachment, independentemente da decisão do diretório.

Além de Eduardo Braga (Minas e Energia) e Henrique Alves, estiveram na reunião os ministros Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil).

O mineiro Lopes, apesar de ter assumido o cargo há menos de duas semanas, tem dito ser um “soldado do partido” e que deixará a pasta para exercer seu mandato na Câmara.

Abatimento. Na reunião, Dilma teria demonstrado “abatimento”, segundo auxiliares. “Ela demonstrou estar abatida, apática. Apenas fazia uma ou outra anotação. Não fez nenhuma demanda específica para nós”, disse ao Estado um dos ministros presentes. Diante da possibilidade de derrota, integrantes da cúpula do governo passaram a defender o esvaziamento do encontro do PMDB pelas principais lideranças da legenda que são contrárias ao rompimento.

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