Heloísa Helena nega acordo para evitar sua expulsão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A senadora Heloísa Helena (AL) descartou hoje qualquer tipo de acordo entre a direção nacional do PT e a Democracia Socialista (DS), corrente partidária que integra, para escapar da expulsão na comissão de ética. "Não posso mentir nem dissimular para me livrar do constrangimento", declarou. "Fui convocada e estarei lá (na comissão de ética) no dia 25." A senadora e os deputados João Batista Babá (PA) e Luciana Genro (RS) serão submetidos à comissão por não concordarem com pontos das reformas tributária e da Previdência encaminhadas pelo governo Lula. Parlamentares da DS passaram o fim de semana reunidos num hotel em São Paulo tentando encontrar uma saída para evitar a expulsão da senadora. "Fiz um apelo para que eu não precise me posicionar sobre a votação das reformas agora", afirmou Heloísa. Ela chamou de "canalha" quem teria insinuado que, por conta do interesse em concorrer à prefeitura de Maceió pelo PT, ela estaria disposta a fazer um acordo e declarar apoio à proposta de reforma da Previdência. "Não sou vigarista política. Não seria capaz de trocar minhas convicções por uma legenda." De acordo com a senadora, alguns colegas da DS tentaram convencê-la a declarar que irá votar com o partido argumentando que as propostas deverão sofrer mudanças. "Não posso usar desse estratagema, usar da astúcia para fazer uma dissimulação", disse ela. "Jamais poderia falar que vou votar com o governo pois não sei nem qual é o projeto que será votado." O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), que participou da reunião no sábado, afirmou que a DS está articulando para tentar "recuperar condições para um diálogo maior dentro das bancadas". "Estamos trabalhando no sentido de evitar que haja punição à senadora. Muitas das manifestações da senadora são coerentes", afirmou Zimmermann (PT-RS), autor da idéia do manifesto em apoio aos parlamentares radicais ameaçados de expulsão que provocou, na semana passada, uma das maiores crises do partido desde a posse. Para Heloísa Helena, a decisão de punição dos radicais faz parte de uma disputa política. "O que está sendo debatido é menos o estatuto e mais a disputa política", disse ela.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.