Havanir é acusada de exigir dinheiro de candidatos do Prona

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A deputada estadual Havanir Nimitiz (Prona), a mais votada do País, é acusada por um microempresário de exigir dinheiro de quem queria se candidatar pelo Prona à Assembléia Legislativa. Jorge, que produz lápides em uma oficina de Santos, diz ter gravado uma conversa com a deputada, na qual ela pede R$ 5 mil para que ele pudesse se candidatar a deputado estadual, segundo reportagem do SPTV, da Rede Globo. Não seria a primeira vez que Havanir teria exigido dinheiro para esse fim, disse Jorge. Ele já havia sido candidato a vereador há dois anos e que, naquela época, teve que aceitar algumas regras do Prona, tais como comprar livretos do Dr. Enéas, por cerca de R$ 700. Jorge contou que, quando decidiu se candidatar este ano, conversou pessoalmente com Havanir, presidente do Prona. E, desta vez, decidiu levar um gravador. Pelo diálogo da fita, Havanir pediu R$ 5 mil e tentou negociar. Ela chegou a comparar a eleição para deputado a um sorteio da loteria, e diz que um outro pré-candidato, um vendedor ambulante de salgadinhos, teria negociado uma vaga de candidato. Segundo a reportagem da Globo, as fitas gravadas por Jorge foram analisadas pelo perito em fonética da Unicamp, Ricardo Molina. Segundo o especialista não há dúvidas. "Verificamos que a fita não tem nenhuma montagem. Ela flui normalmente, é contínua. A voz efetivamente é da Dra. Havanir", afirmou Molina. Jorge decidiu não pagar o valor pedido por Havanir. Desistiu da candidatura a deputado e avisou o partido que tinha gravado as conversas. Na última hora o nome dele foi incluído na chapa, mas ele diz que não fez campanha e, por isso, não se elegeu. O mestre de obras Agenor Pinto Araújo fez a mesma denúncia. Para se filiar ao Prona e ser candidato a deputado estadual, ele disse que Havanir também pediu a quantia de R$ 5 mil, em troca de quinhentas cartilhas, assinadas pelo presidente nacional do partido, Enéas Carneiro. Segundo Araújo, todos os candidatos teriam de comprar as cartilhas. Havanir não quis dar entrevistas à TV Globo e nem quis ouvir a denúncia feita contra ela. Um advogado especialista em Direito Eleitoral disse que a legislação brasileira não considera crime pedir dinheiro em troca de uma vaga de candidato, mas considera imoral a proposta de Havanir. O Ministério Público Eleitoral quer mais tempo para dizer se há alguma ilegalidade. Nesta semana estarão sendo analisadas as prestações de contas dos partidos políticos que disputaram a última eleição. O SPTV teve acesso às declarações e, segundo a emissora, a do Prona não mostra nenhuma doação. Por enquanto, a procuradora-eleitoral não quer dar entrevistas sobre o assunto, mas adiantou que, em tese, casos como esses podem levar até a cassação do mandato.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.