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Hage diz que investigação de suposta propina na Petrobrás deve durar 60 dias

Episódio envolvendo a holandesa SBM Offshore já foi alvo de sindicância interna da estatal, que concluiu não ter havido propina; ministro-chefe da CGU disse ainda que é preciso 'respeitar o direito à ampla defesa'

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, disse há pouco, no Rio, que as investigações dos contratos da Petrobrás com a empresa holandesa SBM e suposto recebimento de propina por funcionários deve levar 60 dias (30 iniciais mais prorrogação). "O timing da investigação dos órgãos públicos não é o mesmo da imprensa. Temos que respeitar o direito à ampla defesa".

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A investigação começou semana passada e aprofundará a sindicância interna da Petrobrás, que durou 45 dias e concluiu não ter havido recebimento de propina. A CGU vai apurar não apenas a conduta dos empregados, de integrantes e ex-integrantes da direção da estatal, mas também a SBM e seus representantes no Brasil. Funcionários serão chamados a prestar informações.

"Vamos chegar às chamadas intermediárias às quais a SBM diz que pagou. O que não significa que daí tenha saído suborno a funcionários da Petrobras", disse Hage, que garantiu que o caso não acabará impune. "Não tenham receio, isso não vai acontecer".

Denúncia. Em fevereiro, foi divulgada na internet a denúncia de um ex-funcionário da SBM Offshore, sugerindo que funcionários da Petrobrás receberam propina para fechar negócios. Segundo o Ministério Público da Holanda, depoimento do ex-funcionário, publicado na internet, faz parte de investigação no país.

O relatório de denúncia, assinado apenas por FE (former employee, ou ex-funcionário), acusa a SBM de pagar US$ 250 milhões em propinas a autoridades de governos e de estatais de vários países, incluindo o Brasil. O esquema brasileiro ficaria com a maior parte, envolvendo US$ 139,2 milhões, destinados a funcionários e intermediários.

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