
29 de fevereiro de 2012 | 13h43
Em 42 minutos de entrevista, Haddad ressaltou que as próprias lideranças do PSDB - como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do partido, deputado federal Sérgio Guerra (PE), e até o senador presidenciável Aécio Neves (MG) - não descartam a possibilidade de Serra participar da eleição presidencial de 2014. O pré-candidato do PT disse que seu interesse está no futuro da cidade de São Paulo e não no "futuro do País" ou nas "duas visões distintas de Brasil", como mencionou o tucano em seu discurso ontem (28)."Estamos interessados na cidade e não estamos pensando num segundo passo: o que será de mim daqui a dois anos", alfinetou.
Na opinião de Haddad, o PT acertou na estratégia de lançar um nome novo em 2012 e que o PSDB "ensaiou" implementar a mesma iniciativa, mas que "se sentiu inseguro e recuou". O petista citou os governadores Cid Gomes (PSB/CE), Eduardo Campos (PSB/PE), Marcelo Déda (PT/SE), Sérgio Cabral (PMDB/RJ) e até o ex-tucano e prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), como exemplos da nova geração de administradores que renovaram "com a força da boa política".
Apesar de afirmar que o sentimento geral da população paulistana é de "abandono", Haddad evitou críticas diretas ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) e não quis dar nota à sua administração. "Não gosto de dar nota para administrador público, acho que é a população quem tem de dar", justificou. No entanto, ao opinar sobre o preço da tarifa de ônibus na cidade (que é de R$ 3,00), o petista disse que o valor é incompatível com o bolso dos usuários e que a qualidade da integração do sistema está aquém das necessidades da cidade. "O prefeito carregou no reajuste", criticou.
O petista voltou a dizer que se sente aliviado com a opção de Kassab por Serra e o fim do flerte com sua candidatura, mesmo com os elogios do prefeito ao candidato petista. "A militância, de uma maneira geral, estava muito refratária a essa aproximação. Eu também estava me sentindo um pouco desconfortável", revelou.
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