O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 31, não caber a ele fazer considerações sobre as informações de que seu adversário na disputa Celso Russomanno (PRB) tem uma empresa bloqueada judicialmente, com os bens indisponíveis, e de que foi citado por um dos investigados na operação Monte Carlo, que prendeu o empresário Carlinhos Cachoeira, em uma conversa sobre remessa de dinheiro para o exterior.
Em caminhada eleitoral no Itaim Paulista, zona leste da capital, Haddad sustentou apenas que Russomanno tem que "responder as perguntas" que lhe são feitas.
"Temos que respeitar os demais candidatos, deixar a imprensa fazer o seu trabalho. Não nos cabe nesse momento comentar sobre a vida alheia. Tem a imprensa e as autoridades competentes para isso. O que cada candidato tem que fazer é se apresentar e se explicar quando for o caso, e fazer chegar ao eleitor a sua verdade."
Haddad não quis dizer se acredita que o eleitor deva levar os dois casos em conta na hora de votar.
"Quem sou eu para dizer o que o eleitor tem de levar em consideração? O eleitor terá à disposição muitas informações sobre todos nós. Temos que ter serenidade e garantir que todos tenham o direito de se expressar. Dar liberdade para a imprensa arguir, tirar dúvidas. Se cada um fizer a sua parte, o eleitor vai escolher bem".
O candidato petista declarou não temer eventual indagação do caso do mensalão no debate de quinta-feira na Band entre os postulantes a prefeito. A data do debate é a mesma do início do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Sinceramente, não temo nada. Qualquer assunto é bem-vindo. Não tenho restrição a nenhum tema".
Haddad disse que a única preparação especial que faz para o debate é um treinamento de concisão da fala.
"A questão do tempo. Responder sobre a cidade em um minuto e meio exige uma concentração sobretudo para quem dava aula de quatro horas."