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Gustavo Franco irá à Comissão de Segurança explicar CC-5

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco estará na quarta-feira, às 14h30, na Comissão de Segurança Pública da Câmara para falar no caso da remessa ilegal para o exterior, por contas CC-5, estimada em US$ 30 bilhões entre 1996 e 2002. Franco foi acusado, na mesma comissão, pelo delegado Antonio Carlos de Carvalho, da Polícia Federal, de ter iniciado o processo de evasão de divisas ao autorizar, quando ocupava a presidência do BC, que cinco bancos em Foz do Iguaçu (PR) - Banco do Brasil, Banco do Estado do Paraná (Banestado), Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), Real e Araucária - recebessem depósitos acima de US$ 10 mil nas contas CC-5. Amanhã às 15 horas, a Comissão de Segurança Pública ouvirá depoimentos dos procuradores da República no Distrito Federal Luiz Francisco de Souza, Valquíria Oliveira Nunes e Raquel Branquinho Nascimento. Está nas mãos de Luiz Francisco a documentação obtida na agência do Banestado em Nova York pelo delegado José Francisco Castilho Neto que relaciona, segundo o próprio delegado, os donos das contas, entre os quais se incluem políticos e empresários. Paralelamente ao início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Banestado, diversas comissões permanentes na Câmara e no Senado intensificam nesta semana as investigações sobre a remessa ilegal ao exterior. Em reunião na quarta-feira, a comissão tenta resolver o impasse elegendo seu presidente, depois da reação contrária do PT e do PFL à indicação do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) para o cargo na semana passada. O PSDB insiste no nome do senador, mas ainda poderá haver negociações até a reunião. Na quarta-feira, deverá ser oficializado o nome do deputado José Mentor (PT-SP) como relator da comissão. Há pouco, Mentor afirmou por telefone ao Estado que, se efetivado, seu primeiro procedimento será apresentar uma proposta de trabalho ao presidente da comissão, estabelecendo o foco das investigações e o cronograma das atividades. Só após esta conversa, segundo ele, a comissão deverá tratar de convocações e de possíveis viagens, no País e a Nova York, em busca de informações, como querem alguns parlamentares. Mentor é ligado politicamente ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e considerado alinhado com o Palácio do Planalto. Enquanto os líderes partidários tratam da CPI, a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado ouve, quarta-feira, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, sobre a atuação da força-tarefa criada para apurar a evasão de divisas. Na quinta-feira às 10 horas, será realizada audiência pública com integrantes da força-tarefa criada para investigar a remessa ilegal do dinheiro ao exterior. Participam os representantes do Ministério Público Federal João Francisco Bezerra de Carvalho e Alexandre Porciúncula e o delegado da Polícia Federal Maurício Valeixo.

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