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Gurgel é o mais votado para cargo de procurador da República

Presidente deve escolher entre três nomes para substituir atual procurador-geral Antônio Fernando de Souza

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Por Felipe Recondo
Atualização:

O subprocurador da República Roberto Gurgel encabeçará a lista tríplice de candidatos ao cargo de procurador-geral da República, que será entregue na próxima semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Gurgel, atual vice-procurador geral, teve 482 votos. O segundo colocado, Wagner Gonçalves, obteve 429 votos, e Ela Wiecko teve 314 votos.

 

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Lula deve escolher um dos três para substituir, a partir de julho, o atual procurador-geral Antônio Fernando de Souza.O escolhido pelo presidente precisará da aprovação do Senado.

 

Seis candidatos disputaram os votos de 1.100 procuradores da República de todo o País. Ao contrário das outras eleições, somente esses seis poderão ser votados. Antes, os procuradores podiam votar em qualquer colega.

 

Gurgel tem força justamente por ser o atual vice. Gonçalves começou cedo a se movimentar internamente e Ela Wiecko leva a vantagem de ser a única mulher na disputa. Se vencer, poderá ser a primeira mulher a comandar o Ministério Público Federal.

 

Além disso, os três já integraram a lista tríplice em anos anteriores. Ela Wiecko foi a terceira mais votada em 2003 e 2005. Gonçalves foi o segundo em 2005 e 2007.Gurgel apareceu apenas na votação de 2007,em terceiro.

 

O presidente da ANPR, Antonio Carlos Bigonha, leva a lista, com o nome dos três mais votados, a Lula. E espera que o mais votado seja o escolhido. "Acredito que o presidente Lula atenderá ao clamor da categoria."Apesar de o indicado desde 2003 ter sido o primeiro da lista, integrantes do governo e procuradores dizem que Lula poderá não escolher o mais votado, segundo reportagem de O Estado de S.Paulo desta quinta-feira.

 

 

Perfil

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Se for de fato o indicado de Lula e tiver o nome aprovado pelo Senado, Gurgel ocupará o cargo até 2011, podendo ser reconduzido pelo próximo presidente da República por mais dois anos. Ele exerceria também o cargo de procurador-geral nas eleições do ano que vem nos julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a presidência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

 

Gurgel entrou no Ministério Público em 1982. Como vice-procurador, já substituiu Antonio Fernando de Souza em vários julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE. Tem a vantagem, portanto, de já transitar bem entre os ministros das duas cortes.

 

Assim como o atual procurador, Gurgel já afirmou que não se deve esperar dele reações públicas radicais diante de críticas ao trabalho do Ministério Público, como as feitas recentemente pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, especialmente após a Operação Satiagraha da Polícia Federal. "Algumas vezes parece que se quer ouvir os gritos do Ministério Público. Jamais ouvirão os meus gritos. Ouvirão uma voz firme e serena", afirmou nesta semana em debate com outros cinco dos seis candidatos.

 

Em entrevista ao Estado, Gurgel afirmou considerar que as críticas recentes são uma "demonstração muito eloquente de que a instituição funciona bem" e por isso estaria incomodando "setores poderosos da sociedade".

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