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Grupos vão às ruas protestar contra o governo Temer

Cerca de 150 pessoas participaram de manifestação em Brasília; houve atos também em Florianópolis e em São Paulo

Por Ligia Formenti
Atualização:
Em Brasília, protesto foi em frente ao Planalto Foto: Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA, SÃO PAULO E FLORIANOPÓLIS - Grupos contrários ao presidente em exercício, Michel Temer, foram às ruas de pelo menos três cidades do Brasil, neste domingo, 15.Em Brasília, cerca de 150 pessoas participaram de uma manifestação em frente do Palácio do Planalto, em protesto contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Em São Paulo, o movimento foi liderado pelas mulheres, que criticam a ausência de figuras femininas no novo goveno. Em Florianópolis, manifestantes enfrentaram o frio para protestar contra o novo governo e contra os senadores catarinenses que votaram a favor do impeachment.

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Brasília. Entoando "resistência, até Temer sair da Presidência", com bandeiras do PT e MST, o grupo chegou à Praça dos Três Poderes às 10h30, fechou o trânsito e impediu a passagem de carros em frente ao Planalto. Antes de manifestantes ocuparem a via de trânsito, alguns motoristas passavam com seus carros gritando "tchau, querida", numa referência à presidente afastada. O grupo respondia" golpistas, sem voto, não passarão." 

De acordo com o músico Gil Castro, que participou do ato desde o seu início, novas manifestações deverão ser realizadas nos próximos dias. "Hoje o ato não foi muito expressivo porque, depois de agendarmos a manifestação, outro protesto foi marcado na mesma data e hora", disse.

"Nesse chamado, foi dito que manifestantes não deveriam trazer bandeiras. Que não haveria mais petralhas ou coxinhas. Isso acabou provocando insegurança sobre o propósito da manifestaçao e muitos não vieram", contou. "Foi sabotagem". Um novo protesto foi marcado para as 17 horas de segunda-feira, 16, também na Esplanada dos Ministérios.

Mulheres foram às ruas de São Paulo pedir a saída de Temer da Presidência Foto: NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/

São Paulo. Um grupo de manifestantes se reuniu durante a tarde na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Líderados por mulheres, os manifestantes usaram faixas e cartazes para reclamar da falta de representatividade feminina no governo Temer - dos 23 ministros do novo governo, nenhum é mulher. O grupo seguiu pela Rua da Consolação até a Praça Roosevelt, no Centro, e retornou em direção à Avenida Paulista pela Rua Augusta. Nos cartazes que as manifestantes seguravam, havia apoio à presidente afastada, Dilma Rousseff, e repúdio aos "machistas e golpistas". De acordo com a Polícia Militar, que acompanhou a manifestação, o protesto foi pacífico e não foi registrado nenhum incidente. A PM não divulgou o número de participantes.Florianópolis. Espontaneamente, sem nenhuma interferência de partidos políticos ou movimentos sociais,um grupo se reuniu no centro da capital catarinense para protestar contra o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência. O ato organizado através do facebook se chama "Temer Jamais". Além do presidente interino, os alvos do protesto são os três senadores catarinenses, Dário Berger (PMDB), Dalírio Beber (PSDB) e Paulo Bauer (PSDB), que votaram sim ao impeachment na última quinta-feira.

"São golpistas. O Dário Berger é o retrato do político desonesto. A oposição dele é um sinal que a presidente está no caminho certo", disse Gabriel Peixoto, 23 anos, estudante de engenharia sanitária da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Por volta das 16h, 200 manifestantes estavam reunidos na Praça da Alfândega, no centro histórico de Florianópolis.Uma frente fria fez os termômetros caírem para 20°C, com rajadas de vento sul a 60 km/h, segundo o Centro de Informações Ambientais de Santa Catarina (Epagri/Ciram). Artistas locais e produtores culturais participam do ato também em defesa do MinC (Ministério da Cultura) criado em 1985 e extinto nas primeiras 12 horas de governo Temer. "Cultura é resistência. Esse pode ser o governo do retrocesso, mas é um governo golpista, vai cair, não aceitaremos imposições absurdas como esta. Não iremos voltar para a ditadura. E a população que apoiou o golpe que acorde e venha para rua com a gente", disse Marília Galvão Passos, mestranda em dança contemporânea pela Universidade Estadual de Santa Catarina(Udesc). / COLABOROU ALINE TORRES, ESPECIAL PARA O ESTADO

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