BRASÍLIA - Um grupo de manifestantes, que dizem estar unidos pelo "Fora Temer" e por "Diretas-Já", protesta na noite desta quarta-feira, 17, em frente ao Palácio do Planalto. O grupo é de cerca de 20 pessoas e, segundo uma participante, que não quis se identificar, ele vai crescer porque o governo "não tem como se sustentar". Há, inclusive, crianças entre os manifestantes. Além do protesto, muitos carros que passam pelo local fazem um buzinaço.
Os donos da JBS, Joesley Batista e seu irmão Wesley Batista, gravaram uma conversa em que o presidente Michel Temer supostamente dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. A informação foi divulgada nesta quarta pelo jornalista Lauro Jardim, do site do jornal O Globo.
Joesleu e Wesley, segundo o jornal, firmaram acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato. A colaboração também inclui outros executivos da empresa, a maior produtora de carne do mundo.
Na gravação, feita em março, Temer teria indicado a Joesley o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Em nova gravação entregue aos procurados, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviado por Joesley.
Defesa. Temer divulgou nesta noite de quarta-feira, 17, nota após divulgação de que ele teria "comprado o silêncio" de Cunha. "O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar. O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República. O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados", diz o texto