Grupo do PSOL lança Luciana Genro como pré-candidata

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Por Wilson Tosta
Atualização:

Grupos minoritários do PSOL, de tendências mais à esquerda, lançaram nesta quinta-feira, 24, no Rio a pré-candidatura da ex-deputada federal Luciana Genro à Presidência, no primeiro ato público de campanha que visa ao 4º Encontro Nacional do partido, de 30 de novembro a 2 de dezembro. Com apoio dos grupos Movimento de Esquerda Socialista (MES), Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), Trabalhadores na Luta Socialista (TLS) e Reage Socialista, a ex-parlamentar deverá enfrentar a pré-candidatura do senador Randolfe Rodrigues (AP) ao Planalto. Ele é apoiado pela maioria da atual direção, comandada pelo presidente do partido, deputado federal Ivan Valente (SP)."O bloco de esquerda tem uma visão de que o PSOL precisa ser muito fiel às manifestações de junho", disse Luciana, antes do ato. "Isso significa rejeitar os velhos métodos de fazer política." Para Luciana, os integrantes do grupo de Valente são mais flexíveis, "aceitaram aliança com o PTB e apoio do DEM, apoio da (presidente) Dilma (Rousseff) no Pará. Têm uma visão mais tradicional da política." Segundo a ex-parlamentar, é preciso "recompor o sentimento antipartido", que teriam marcado as manifestações ocorridas no País há três meses.Uma das bandeiras da campanha de Luciana é a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte "para reorganizar as instituições do País", explicou. Outra é a realização de um plebiscito para decidir o destino da dívida pública federal que, destacou, consome 40% do Orçamento federal em detrimento de setores sociais, como educação, saúde e transportes. Uma terceira proposição é uma reforma eleitoral que garanta que a Constituinte seja eleita sob regras que garantam mais igualdade na campanha eleitoral na televisão, candidaturas avulsas (sem filiação partidária) e não tenha recursos doados por empresas.A ex-parlamentar em 2003 foi expulsa do PT, pelo qual se elegera deputada federal pelo Rio Grande do Sul. Na ocasião, também foram expulsos o também deputado federal João Babá (PA) e a então senadora Heloísa Helena (AL). Os três votaram contra a reforma da Previdência aprovada no início do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabeleceu, para o funcionalismo público, idade mínima para aposentadoria, contribuição previdenciária de aposentados e teto de dez salários mínimos para benefícios do setor público - quem quiser mais, terá de pagar contribuição maior. Integrantes, à época, da esquerda petista, os três parlamentares consideraram a reforma uma "traição" aos compromissos históricos da legenda.G

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