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Grito dos Excluídos tem público menor do que o esperado em Aparecida

Manifestação contou com pouco mais de 5 mil pessoas, metade do que era esperado

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 5 mil pessoas compareceram ao Grito dos Excluídos, na manhã desta quinta-feira, no pátio do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, no Vale do Paraíba. O número é considerado baixo pela própria organização do manifesto realizado no país há 12 anos, sempre no dia 7 de Setembro. Um dia antes do ato os manifestantes falavam em pelo menos dez mil pessoas. "Acreditamos na descentralização. Isso não significa que o povo deixou de denunciar, não significa que as pessoas estão apáticas e sim que estão reclamando em suas próprias comunidades, que é o objetivo", ponderou Luiz Gonzaga da Silva, coordenador da direção nacional do Grito. Mesmo em menor número, não faltaram gritos de guerra, faixas, cartazes e até encenação denunciando a corrupção no país, a falta de oportunidade e a exclusão da população carente. O ato pregou que a indignação com a atual situação política e econômica do país deve ser tão forte que possa provocar uma transformação nos brasileiros. Apartidário, o manifesto popular não recebeu nenhum candidato ou político em Aparecida. Segundo a organização havia representantes de 40 grupos católicos e de movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra (MST). Críticas à política econômica, à distribuição de terra e renda e ao atual sistema democrático também fizeram parte do ato. Neste ano, os manifestantes estavam também preocupados em divulgar a necessidade do voto consciente. "O voto é um momento da democracia, mas não é a democracia. A luta tem que ser diária, não só em época de eleição. Todos devem se engajar em movimentos sociais, senão seremos cada vez mais excluídos", disse Silva. Além do Grito, esta quinta foi dia da 19º romaria dos Trabalhadores que levou protestos por mais empregos, contra o banco de horas extras e ainda contra a exploração infantil. Representantes de 12 países, que integram um movimento no Caribe e América Latina vieram para o Brasil com a intenção de unir as entidades nacionais para lutar pelos mesmos ideais. Depois do ato na praça da basílica, o evento foi encerrado com uma missa no Santuário Nacional, celebrada por Dom Raymundo Damasceno Assis. No sermão, o arcebispo falou da falta de ética que se vê atualmente na política e também sobre o horror vivido pelo Estado de São Paulo com os ataques do crime organizado. "Os cristãos não devem desanimar diante das dificuldades, da falta de ética e da falta de paz nas cidades, da crise que estamos vivendo". Dom Damasceno finalizou a mensagem pedindo que os brasileiros votem com liberdade e consciência e escolham candidatos honestos e comprometidos com a população brasileira". Matéria alterada às 16h44 para acréscimo de informações

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