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Grito dos Excluídos protesta contra FHC, Serra, EUA e Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de dois mil manifestantes protestaram hoje em frente ao Museu do Ipiranga, em São Paulo, contra a Alca, durante o Grito dos Excluídos. A manifestação é parte da programação paralela à oficial do Dia da Independência, marcando o encerramento do plebiscito contra a Alca organizado por mais de 60 instituições não governamentais, entre elas a CNBB, a CUT, UNE, sindicatos e partidos e iniciada dia 1º de setembro. Palavras de ordem como ?soberania sim Alca não? foram engrossadas pelo bispo da Arquidiocese das Pastorais Sociais de São Paulo, dom Pedro Luiz, e pelo presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de José Genoino (PT). Um grupo de dez pessoas vestidas de capa e capuz negro e rosto pintado também de preto, simbolizando a morte, ateou fogo no caixão simbólico alusivo ao presidente Fernando Henrique Cardoso coberto pela bandeira dos Estados Unidos. Sob vaias e xingamentos, incendiou a bandeira verde amarela que estampava a sigla do PSDB com o nome do candidato à presidência da República, José Serra. Uma bandeira vermelha com o rosto de Che Guevara foi hasteada, em seguida, sob aplausos dos manifestantes. Dezenas de cartazes e faixas criticavam a Alca com dizeres como: "Alca sinônimo de miséria, desemprego, divisão de classes, sucateamento de educação e domínio comercial dos Estados Unidos. Diga Não". O cartaz era empunhado por integrantes do Centro Franciscano da Luta contra Aids e da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Os militantes do PT realizaram duas manifestações na capital paulista. A primeira, começou no largo de Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, e seguiu em passeata até o monumento do Ipiranga, em São Paulo. Outro grupo de manifestantes se reuniu na Praça da Sé, marco zero da cidade, e se dirigiu também para o Ipiranga, gritando palavras de ordem como soberania sim Alca não. Em Brasília, a manifestação do Grito dos Excluídos reuniu pouco mais de 200 pessoas e restringiu-se a uma passeata entre a Catedral de Brasília e a embaixada dos Estados Unidos. Nem a queima da bandeira norte-americana, que estava prevista, chegou a acontecer. A consulta sobre o que a população do Distrito Federal pensa a respeito da participação do Brasil na Alca, que terminou hoje, começará a ser apurada neste domingo no Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. A previsão dos organizadores é fazer a entrega oficial do resultado aos representantes dos três poderes e à embaixada dos Estados Unidos no dia 17 de setembro. As instituições promotoras do plebiscito defendem a não-participação brasileira na Alca. Em Aparecida, no interior paulista, o Grito dos Excluídos levou cerca de 150 mil pessoas à Basílica de Aparecida. Com o slogan "Soberania não se Negocia", os organizadores realizaram plebiscito sobre a participação do Brasil na Alca. Dezenas de entidades sociais e ongs participaram da manifestação. De acordo com a Polícia Militar, o manifesto foi pacífico. As pessoas se concentram no Porto do Itaguaçú e caminharam até o pátio da basílica - onde aconteceu o Grito. O padre José Roberto Pereira dos Santos disse que o evento deste ano superou as expectativas da organização, que aguardava um público de 120 mil participantes. O evento acabou com uma missa celebrada por dom Aloísio Lorscheider e dom Mauro Morelli.

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