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Greve de servidores do INSS completa 47 dias

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os 47 dias de paralisação dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já desmotivaram as pessoas que procuravam os postos na esperança de ter seus problemas resolvidos. Na frente dos prédios do INSS, apenas as faixas de "estamos em greve". O impasse salarial da categoria não tem data para terminar. Nesta terça-feira, o sindicato de funcionários do instituto realiza a terceira assembléia após o início da greve. No posto central de atendimento em São Paulo, na Rua Xavier de Toledo, centro da cidade, casos pontuais são encaminhados para setores internos que ainda estão funcionando. Nesta segunda-feira, o atendente do setor administrativo do posto teve pouco trabalho. Segundo ele, que preferiu identificar-se apenas como Rogério, o número de atendimentos caiu bastante. Os poucos que tentaram dar entrada em aposentadorias e auxílios tiveram de voltar para casa. Mas sempre há quem não desista. Após quase um mês de tentativas frustradas, a rádio-operadora Sueli Mota dos Santos, de 36 anos, conseguiu nesta segunda-feira encaminhar a documentação para poder receber o salário-maternidade. Grávida de nove meses, Sueli conta que está visitando postos do INSS desde agosto para resolver seu problema. Na semana passada, foi informada de que poderia preencher um formulário na internet. Havia, no entanto, mais uma barreira. Sueli não tem computador. "Tive de procurar um amigo", contou a rádio-operadora, enquanto entregava o protocolo ao atendente. Com as mãos inchadas, conseqüência da gravidez, assinou os documentos e recebeu a resposta: "Agora é só aguardar uma carta em casa." Após a saída de Sueli, o atendente confessou: "Com a greve, é difícil saber quando a carta vai chegar". Segundo o sindicato dos funcionários do INSS, as 26 agências da capital estão paralisadas. Das 129 do interior, 119 estão com as portas fechadas. Os sindicalistas querem abrir negociações com o governo federal para obter reposição salarial de 75%.

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