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Greve de fome de Garotinho é ato constrangedor, diz Hélio Costa

"Não adianta ele fazer greve de fome achando que as pessoas vão se ter dó"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, classificou, hoje, como um ato "constrangedor" para o PMDB a greve de fome do pré-candidato à Presidência da República pelo partido, Anthony Garotinho. Ao observar que o ex-governador do Rio não é um quadro tradicional do PMDB, Costa disse que não existe censura na imprensa brasileira e que Garotinho deveria responder às acusações sobre irregularidades em doações para a sua pré-campanha. A greve de fome foi iniciada no domingo por Garotinho, que cobra espaço em órgãos da grande mídia e o acompanhamento das eleição brasileira por organismos internacionais. "Evidentemente, se ele tem alguma coisa a reclamar da imprensa, ele tem o espaço para reclamar. Não adianta ele fazer greve de fome achando que as pessoas vão se condoer (ter dó). Não, nós queremos respostas", afirmou o ministro, que trabalha abertamente para uma aliança do PMDB com a virtual candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Costa ainda aproveitou para ironizar a medida extrema adotada pelo pré-candidato. "Se ele tiver as respostas para dar às indagações que foram feitas, ele não precisa fazer greve de fome. A menos que esteja fazendo porque realmente estava fora de peso", disse, em entrevista à Rádio CBN, durante a abertura da 22ª Feira para o Desenvolvimento dos Municípios, na capital mineira. O ministro defendeu indicação de um peemedebista para compor como vice de Lula, alegando que o partido poderá ajudar o presidente, num segundo mandato, a governar. Ontem, o Palácio do Planalto ofereceu oficialmente à legenda a vaga de vice na chapa da reeleição. "O PMDB pode ajudar, principalmente no momento em que nós estamos saindo de uma crise política complicada. Eu acho que o PMDB tem um papel a desempenhar", disse Costa. Esse papel, segundo ele, depende do não lançamento de um candidato próprio à disputa presidencial e do aumento das bancadas na Câmara e no Senado, além da ampliação do número de governadores eleitos. "Se nós tivermos candidato eu acho que o PMDB perde de 30% a 40% das possibilidades que tem para o Congresso e para os executivos estaduais", Avaliou. "Atestado de óbito" O outro pré-candidato peemedebista, Itamar Franco, reafirmou que é favorável à realização de uma convenção extraordinária no próximo dia 13 para definir uma posição do partido em relação à candidatura própria. "É preciso resolver de uma vez por todas essa coisa absurda que é o partido ter ou não ter candidato", comentou Itamar, também em entrevista à CBN. A antecipação da convenção - a oficial estava marcada para junho -, porém, interessa à ala governista do partido que tenta enterrar de vez o projeto de candidatura própria. O plano B de Itamar continua sendo a candidatura ao Senado, seu projeto inicial. O ex-presidente, no entanto, disse que espera que o PMDB tenha "juízo" e opte por lançar um candidato à sucessão de Lula. "E não aconteça o que aconteceu comigo em 98, quando candidato a presidente da República nós sofremos agressões e o partido se acoplou ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Se isso voltar a acontecer e o PMDB não tiver candidato, eu chego a lhe dizer que desta vez o PMDB estará assinando o seu atestado de Óbito". Para Itamar, não há uma "explicação lógica para que o partido não tenha candidato e continue sendo um ator coadjuvante". Sobre a greve de fome de Garotinho, ele disse que, "por uma questão de ética", não iria analisar "esse procedimento de ordem pessoal" do ex-governador.

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