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Greve da polícia gera polêmica

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Por Agencia Estado
Atualização:

O sociólogo Luís Eduardo Soares, ex-subsecretário de Segurança Pública do Rio, criticou o governo baiano pela forma como está conduzindo as negociações com policiais civis e militares grevistas. De acordo com Soares, assessor da prefeitura de Porto Alegre para Segurança Pública, o governador César Borges deveria evitar fazer o ?jogo do desespero? dos policiais grevistas. ?Eles estão numa situação limite, é preciso entender o quadro de falta de condições de trabalho, salário absurdo, que gerou o desespero desses policiais?, disse o estudioso. ?É preciso compreender a natureza desse sentimento e criar um canal de negociação, com serenidade, maturidade e equilíbrio?. Para Soares, a situação crítica a que chegou a greve da polícia na Bahia se deveu ao ?orgulho das autoridades?, que se fecharam à negociação no início do movimento. ?Não deve haver limite para a negociação, mas também não podemos agir com desespero, aceitando a linguagem da força?. O delegado Vinícius George, que hoje trabalha com o deputado estadual Hélio Luz (PT), ex-chefe da Polícia Civil, foi mais enfático nas suas críticas. ?Greve armada não é greve, é motim?, afirmou. Para ele, o governo baiano deveria recusar-se a negociar com policiais encapuzados e armados. ?Policial tem que fazer greve como outro trabalhador qualquer, de cara limpa, e manter de 20 a 30% do efetivo atuando, porque é preciso garantir a segurança essencial?, acredita. O comandante do Grupamento de Gerenciamento de Crise da Secretaria de Estado de Segurança, coronel Paulo César Oliveira, amenizou a situação. ?Em se tratando de Segurança Pública, os negociadores não precisam se preocupar: nenhum daqueles policiais vai disparar um tiro sequer?, garantiu o coronel. ?Eles não são tomadores de refém, não são bandidos. São apenas policiais em negociação salarial?. Oliveira defendeu o uso do capuz para proteger a identidade. ?É uma garantia de que não serão punidos mais tarde?, afirmou.

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