
25 de maio de 2012 | 17h54
"É uma decepção não só nossa, não só dos ambientalistas, mas também de toda a população brasileira primeiro, por a Dilma (Rousseff) não ter vetado na integralidade o texto e, segundo, porque divulgou que haverá vetos, mas não divulgou quais serão os vetos, qual a extensão desses vetos e qual será a nova lei", disse.
Segundo o diretor do Greenpeace, "o que se esperava do governo, que era o veto total, não vai ser feito nesta lei". Ele disse ainda que "em nenhum momento, em nenhum artigo, esta legislação trata do verdadeiro problema ambiental do Brasil que é o desmatamento e você não tem, em nenhum momento, desta lei tratando dos sete mil quilômetros que estão sendo desmatados na Amazônia". E emendou: "Este é um projeto de lei que a gente só conta os prejuízos, se a gente vai continuar com os sete mil quilômetros de desmatamento, ou se vamos aumentar esta taxa".
Para ele, o fato de a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, dizer que não haverá anistia aos desmatadores, não é suficiente porque não há nada escrito sobre isso. Sobre a recuperação de áreas nas beiras dos rios, o diretor do Greenpeace afirmou que "pelo que o governo apresentou até agora o problema não será resolvido porque não houve nenhum anúncio que possa nos garantir que essa recuperação será feita ou que esses novos dados serão suficientes e vão assegurar a recuperação do meio ambiente".
Astrini comentou que o governo apresentou na coletiva dada na tarde desta sexta apenas dois destes artigos que serão vetados, mas não apresentou qual é a nova redação destes artigos e muito menos aqueles 32 artigos que devem receber nova composição. Por isso, desabafou, "ficam mais dúvidas do que certezas e a única certeza que a gente tem é que o veto total infelizmente não foi anunciado hoje e o governo não dá uma resposta clara sobre o novo código que a gente vai ter e o Brasil dorme sem saber qual o texto do seu código florestal".
Astrini criticou o fato de a Presidência da República ter convocado uma coletiva, sem ter o texto final a mão. "Se o governo não sabe qual é o texto, se o governo ainda não tem certeza qual será o texto que vai ser publicado na segunda feira, não sei por que chamou esta coletiva hoje. Eu esperava que a coletiva tivesse a decisão do governo e não que tivesse sido preenchida de frases falando em ''nossa intenção'' ou ''os nossos vetos vão nesta direção''".
O diretor do Greenpeace disse que era preciso que se tivesse informado hoje, último dia para a apreciação do texto votado pelo Congresso, "quais são os vetos, o que vai ser colocado ali para combater o desmatamento". E completou: "o que vimos foi demonstração vazia do que governo pretende fazer com Código Florestal".
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