PUBLICIDADE

Greenhalgh admite à PF contato com assessor de Lula

PUBLICIDADE

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo
Atualização:

O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) confirmou ontem à Polícia Federal que durante o inquérito Satiagraha procurou Gilberto Carvalho, assessor especial do presidente Lula. Greenhalgh disse que fez contato com Carvalho porque havia sido avisado por um cliente - Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom - de que "agentes da Presidência da República" o espionavam. O depoimento do ex-deputado - que é advogado do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas - durou uma hora e meia na Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delefin) da PF em São Paulo. O delegado Ricardo Saadi, que sucedeu Protógenes Queiroz na Satiagraha, e o procurador da República Rodrigo de Grandis insistiram nos motivos que levaram Greenhalgh a telefonar para o secretário particular de Lula. Greenhalgh não foi indiciado. Ele respondeu a todas as perguntas, acompanhado do criminalista José Roberto Batochio, que a Ordem dos Advogados do Brasil designou especialmente para o caso. O ex-deputado fez críticas a Protógenes, que queria seu enquadramento. "O que me incomoda é ele pairar de paladino da moralidade pública." Humberto Braz foi condenado a 7 anos de prisão por corrupção ativa na mesma ação em que Dantas pegou 10 anos. Braz mora no Rio. Em maio de 2008, percebeu que estava sendo seguido por ocupantes de um carro prata. Abordados por policiais, um deles se identificou como "tenente Marcos, da PM de Minas Gerais, a serviço da Presidência da República". O grampo da Satiagraha pegou contato de Greenhalgh com Carvalho no dia 29 de maio, às 18 horas. O assessor de Lula disse: "O general me deu o retorno agora. É o seguinte, não há nenhuma pessoa designada na Presidência... na Abin... com esse nome, a placa do carro não existe, é fria, tá?" Greenhalgh esclareceu que procurou Carvalho para "colher informações e tomar as providências devidas", amparado no estatuto da OAB. Disse que foi contratado pelo Opportunity para cuidar do grande número de ações envolvendo o grupo e empresas de telefonia. E desabafou: "Eu me sinto absolutamente desrespeitado na minha condição de advogado em função da bisbilhotagem de que fui alvo. Sou vítima nesse inquérito, me sinto vilipendiado na minha condição de cidadão porque vi diálogos meus estampados na imprensa num inquérito sigiloso, no qual eu não tinha sido ouvido."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.