24 de janeiro de 2012 | 15h47
Para Graziano, o Brasil está em fase de transição da condição de receptor de ajuda internacional para a de colaborador e, nessa condição, deve oferecer ajuda técnica aos países que precisam, especialmente na área de produção de alimentos e na África.
Em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, no início deste mês, Graziano revelou que a FAO está recriando seu departamento de cooperativismo, fechado porque não houve reposição de funcionários aposentados. "É isso que dá deixar a burocracia sem comando político, sem visão política do que é prioridade", comentou. O diretor-geral do órgão revelou que "boas práticas" da agricultura familiar e do cooperativismo no Rio Grande do Sul devem ser difundidas pelo departamento.
Graziano reconheceu que trabalha com um orçamento apertado - algo como US$ 1 bilhão por ano - e que a ordem tem sido gastar o mínimo possível com papeis e viagens de funcionários, trocando inclusive a primeira classe por alguma mais econômica em voos de duração inferior a nove horas.
O diretor-geral da FAO também elogiou o governo de Dilma Rousseff por partir para a busca ativa de miseráveis, pessoas que não tem nem documentos e muitas vezes se tornam "invisíveis" à sociedade. "Essa é uma inovação extraordinária", avaliou, para afirmar que, com isso, o Brasil pode erradicar a fome até o final desta década. "Não é aceitável conviver com a fome e a miséria em nenhuma democracia", ressaltou. "O Brasil acordou para essa realidade e está lutando para mudá-la".
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