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Grampo de Garotinho vai sair em jornal oficial

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma manobra do líder do PDT na Assembléia Legislativa fluminense, deputado Paulo Ramos, poderá ajudar a tornar oficial - com sua publicação no "Diário" da Alerj - o resultado do grampo que teria registrado supostas conversas comprometedoras envolvendo o governador Anthony Garotinho (PSB). Em meio a uma sessão tumultuada por protestos da bancada governista, Ramos leu, na tribuna da Casa, transcrições, já publicadas na imprensa, das duas supostas conversas, uma delas com a participação de Garotinho, em que se teria tratado do suborno de um fiscal da Receita Federal, em 1995. "Não exibi nenhuma fita de gravação ilegal, mas, se o governador quiser me processar e eu tiver que provar que o diálogo é verdadeiro, poderei ter que apresentar as gravações para me defender", disse Ramos. "Este foi o caminho que encontrei para que as fitas funcionem como prova." Na semana passada, durante a votação de pedidos de CPI contra Garotinho (todos derrubados pela maioria governista), Ramos chegou a ir para o plenário com um gravador, mas foi impedido de tocar a fita pelo barulho de uma claque favorável ao governador, recrutada entre pessoas pobres beneficiadas pelo Estado. O líder do governo na Assembléia, deputado José Távora (PSB), acusou Ramos de infringir o decoro parlamentar, e até pediu a sua cassação. Ele chegou a ler a decisão judicial que proibiu os jornais de publicar a transcrição das fitas, e requereu à deputada que presidia a sessão, Graça Mattos (PSB), que determinasse que a transcrição lida por Ramos não fosse registrada oficialmente. Apesar dos protestos, a parlamentar indeferiu o pedido, o que abriu caminho para a publicação na edição de hoje do "Diário Oficial". "Acredito que a publicação aconteça, porque não tem nada que impeça", declarou Ramos. Uma das conversar, supostamente, é entre Jonas Lopes de Carvalho Júnior, amigo de Garotinho, e um contador. Outra, presumivelmente, é entre o Jonas e o governador. "Estou cumprindo o meu papel; se alguém quiser tomar alguma providência contra mim, que tome", desafiou Ramos.

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