30 de agosto de 2008 | 13h48
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teve grampeada uma conversa com o presidente do STF, Gilmar Mendes, exigiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se antecipe a tudo e anuncie medidas que restabeleçam a credibilidade do governo. "O presidente tem de provar que controla a situação, que não é refém de um grupo de bandoleiros, renegados, bandidos e malfeitores hoje instalado no serviço de inteligência". Veja também: Supremo quer que Lula esclareça grampos da Abin, diz Mendes Abin diz que abrirá sindicância para apurar grampos 'Lula terá que tomar providências', diz Garibaldi 'É preciso checar a veracidade das informações', diz Múcio Demóstenes disse que vai conversar com o presidente do Senado, Garibaldi Alves, para estudar o que fazer. "Nós vamos reagir". Ele não propõe o fim da Abin, porque acha que a agência é necessária para qualquer governo. Só não aceita que seus integrantes fiquem fazendo grampos ilegais. "Alguém tem de explicar qual é a razão por terem grampeado o presidente do Supremo e um senador, e mais senadores e ministros, e altas autoridades do governo. Querem investigar o quê?" Arthur Virgílio "Nós, do PSDB oferecemos ao PT e ao presidente Lula uma bela transição com democracia consolidada. Não se ouvia falar disso no governo FHC", lembra o líder Arthur Virgílio (AM), que foi ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso e também teria sido grampeado. Ele considera inadmissível essa invasão de privacidade e sugere ao presidente Lula que aproveite o momento para fazer "uma grande reflexão". O tucano entende que foi a forma como esse governo tratou a informação que gerou "o monstro" que está aí. A seu ver, tudo isto é fruto do equívoco que praticam quando desmontam as agências reguladoras e colocam apadrinhados para comandá-las. "Que aprendam a lição. O telefone do presidente não está a salvo, porque o presidente é seu secretário particular, seu ajudante de ordens, seu chefe da Casa Civil", adverte.
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