PUBLICIDADE

Governo tenta reverter crise e acusa PSDB de vazar dado

Por AE
Atualização:

Na tentativa de reverter o desgaste provocado pela crise política que ameaça o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o governo decidiu apontar o dedo para o PSDB. Em estratégia combinada com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, acusou ontem a Secretaria de Finanças de São Paulo de violar o sigilo fiscal de Palocci. "Temos informações de que dados do Imposto sobre Serviço (ISS) da empresa de Palocci vazaram na Secretaria de Finanças da Prefeitura", afirmou Carvalho ao Estado.Na tática para desviar o foco da crise e transferir para o colo do PSDB o rumoroso escândalo, que tem como epicentro a evolução patrimonial de Palocci nos últimos quatro anos, o discurso do governo, agora, é o de que o faturamento de R$ 20 milhões da empresa de consultoria Projeto, do ministro da Casa Civil, só poderia ser obtido por meio de arapongagem na Prefeitura.Lula adotou o mesmo tom ao almoçar, ontem, com senadores do PT. "Quem acusa tem de provar", disse o ex-presidente, dando a senha de como deve ser a reação petista. Mesmo sem citarem em público o nome do secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, auxiliares de Dilma fazem questão de lembrar, nos bastidores do Planalto, que ele é homem da confiança do ex-governador José Serra (PSDB). Mauro Ricardo foi secretário da Fazenda quando Serra era governador.Em nota, a Secretaria de Finanças informou que "todos os acessos ao ambiente da empresa Projeto no sistema da Nota Fiscal Eletrônica de Serviços, no período de 1.º de janeiro de 2010 a 17 de maio de 2011, foram realizados pela própria empresa ou por servidores, de forma motivada para realização de procedimentos demandados pelo próprio contribuinte (retificação de lançamento e pagamento de tributo)". A Prefeitura também disse lamentar que as afirmações do secretário-geral da Presidência tenham sido feitas "sem a correspondente comprovação dos fatos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.