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Governo tenta evitar CPI na reabertura do Congresso

Por Agencia Estado
Atualização:

O Congresso Nacional reabre nesta segunda-feira para dar início à sessão legislativa de 2004 em clima de crise que ameaça arrastar o Palácio do Planalto para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Depois das denúncias publicadas na sexta-feira pela revista Época, envolvendo o ex-subchefe da assessoria parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz, ministros e líderes de partidos aliados já avisaram ao Planalto e ao PT que o maior desafio esta semana será um só: controlar a própria tropa, para que os petistas da Câmara e do Senado não assinem o requerimento em favor da CPI. "Ou o José Genoino (presidente do PT) e o governo seguram esses petistas, ou o próprio PT vai desestabilizar os aliados e ninguém segura a CPI", adverte um ministro político. include "$DOCUMENT_ROOT/ext/politica/tickervaldomiro.inc"; ?> Neste domingo, depois de examinar todos os noticiários, o núcleo político do Planalto concluiu que o governo administrou bem as primeiras 48 horas da crise, dispensando qualquer esquema emergencial para a reabertura do Congresso. Mas a tática de afastar o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, do contato com parlamentares e imprensa está mantida. Fugindo à tradição, não será Dirceu, mas o ministro Aldo Rebelo, da Coordenação Política, quem levará ao Congresso a mensagem presidencial que será lida ao meio-dia, na sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos. "Exemplo" do PT Os aliados estão muito preocupados e exigem que o PT "dê o exemplo", resistindo à pressão das oposições para apoiar a abertura do inquérito. "Se a dissidência do PT for grande, o nosso pessoal não será mais realista que o rei e acabará apoiando a CPI", adverte um ministro não-petista. A maior preocupação do Planalto é com o Senado, onde bastam 27 assinaturas para se convocar uma CPI e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) já prometeu apoiar as investigações. O governo terá ainda de administrar as insatisfações do PMDB, dono da maior bancada, com 23 senadores. O líder Renan Calheiros (AL) já avisou ao Planalto de que pelo menos até terça-feira a situação está sob controle. O PMDB reúne sua bancada nesta terça-feira para tomar uma posição conjunta sobre a CPI, mas pelo menos um voto o governo já perdeu: o senador Mão Santa (PMDB-PI) já assinou o requerimento.

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