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Governo teme avanço de drogas sintéticas

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário nacional Antidrogas da Presidência da República, general Paulo Roberto Uchôa, comentou nesta quinta-feira que a maior preocupação do Brasil hoje é com o aumento do consumo de drogas sintéticas, como o ecstasy. O efeito é mais prolongado, pode ser produzido em uma área de serviço, é mais fácil de traficar, e cães farejadores não o identificam. "Em breve, maconha será uma droga do passado", acredita o general. Segundo ele, o aumento do consumo das drogas sintéticas é um fenômeno internacional. Uchôa apresentou nesta quinta-feira o relatório sobre o controle das drogas no Brasil entre 2001 e 2002, feito pela Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (Cicad) - um foro do Organização dos Estados Americanos (OEA). Por recomendação da comissão, o governo brasileiro pesquisará o consumo de drogas entre crianças de rua. O general defendeu campanhas educativas para criar no jovem brasileiro uma aversão às drogas sintéticas, semelhante à que se tem ao ácido sulfúrico. O secretário diz que a campanha deve começar com a ajuda dos pais e os professores. "O jovem precisa de informação e, a partir daí, a decisão é dele." No relatório de avaliação, a Cicad considera a política brasileira inovadora e elogia a participação de Estados, municípios e sociedade civil. O coordenador-geral de Prevenção e Repressão a Entorpecentes e delegado da Polícia Federal, Getúlio Bezerra, diz que já em 1998 as Nações Unidas alertavam que as drogas sintéticas eram a grande ameaça do futuro. Segundo ele, não há registro de produção no Brasil. Os maiores fabricantes são Bélgica e Estados Unidos. Bezerra destaca o crescimento do consumo de "drogas legais", como barbitúricos e anfetaminas. O delegado contou ainda que o Brasil apreende metade da maconha que circula na América do Sul. A maioria é produzida no Paraguai. No ano passado, a PF ajudou o governo paraguaio a aprender 1.500 toneladas de maconha. A maior parte seria consumida no Brasil. De acordo com o delegado, o País também oferece facilidades para o tráfico de cocaína. E, apesar do aumento da apreensão heroína, ele diz que o comércio da droga no Brasil é insignificante, se comparado à escala internacional - embora o País seja usado como rota pelos produtores colombianos.

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