
07 de julho de 2011 | 23h00
BELO HORIZONTE - As denúncias envolvendo integrantes do primeiro escalão do Executivo, que resultaram na queda de Antonio Palocci e Alfredo Nascimento, fazem deste primeiro semestre o "mais negativo de um governo na história recente do País". A avaliação foi feita por alguns dos principais líderes do PSDB que se reuniram ontem na casa do senador Aécio Neves (MG), em Belo Horizonte.
Além do mineiro, estiveram presentes o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), e o ex-senador e presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati (CE). Oficialmente, o encontro serviu para tratar de estratégias da legenda nas eleições municipais do ano que vem. Na prática, porém, as denúncias de irregularidades no governo dominaram a reunião.
Para o grupo, a questão é ainda mais grave porque "o governo foi omisso" em relação às irregularidades". "O governo tem responsabilidade sobre seus aliados. Nenhuma dessas demissões se deu por ação do governo. O noticiário levou o governo a agir", afirmou Aécio, referindo-se às demissões de diretores de órgãos ligados à pasta.
"Esses fatos não são de agora. Vêm do governo do Lula", observou Guerra. "São as mesmas pessoas. Resta saber quem as nomeou. Esse ministério da Dilma é um pouco pior que o do Lula. E conserva os mesmos vícios." Aécio concordou com o presidente tucano e acrescentou que já havia investigações de "mais de um ano" sobre o crescimento patrimonial de 86.500% do filho do ex-ministro, Gustavo Morais.
Os tucanos defenderam a continuidade das investigações das denúncias. A questão, para Aécio, "precisa ser pedagógica". Tasso, por sua vez, afirmou que as denúncias não são caso de instalação de CPI, mas sim "de Justiça".
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