PUBLICIDADE

Governo se reunirá com sindicatos para discutir FGTS

Por Agencia Estado
Atualização:

Na próxima terça-feira o governo coloca na mesa de negociação com as centrais sindicais todas as propostas que recebeu com o objetivo de arranjar os recursos necessários para o pagamento de R$ 40 bilhões - a serem depositados nas contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) -, referente ao expurgo praticado por ocasião dos planos Verão e Collor1. O governo encampa a proposta unânime de pagar num único ano todos que têm até R$ 1 mil a receber, o que, pelas contas feitas por técnicos, representará R$ 7 bilhões e beneficiará 90% dos trabalhadores com direito a receber a reposição. Terá de haver, no entanto, um prazo de carência mínimo de três anos para o FGTS poder capitalizar-se e arcar com o pagamento. "Não há hipótese de o pagamento ser feito de imediato, sem um período mínimo de carência", disse um alto interlocutor do governo. Na reunião, que se anuncia difícil e precederá o mesmo encontro com os representantes patronais no dia seguinte, o governo deverá bater nos mesmos pontos que vêm sendo repetidos pelo ministro do Trabalho, Francisco Dornelles. Para o governo, o FGTS é um fundo privado, e o Tesouro Nacional não vai injetar nenhum tostão para pagar a conta herdada. Dezenas de planilhas de cálculos foram feitas com todas as opções, o que levou os técnicos a concluírem que dará para pagar a conta em oito anos, com três anos de carência embutidos nesse período. "Solução existe", admitiu um assessor do governo. O problema, segundo ele, é que não há alternativas neutras. Todas as formas estudades têm um custo: ora oneram o patrão, ora o trabalhador, ou ambos, ou têm impacto direto sobre o mercado de trabalho e o custo Brasil. A idéia do governo é colocar todas as escolhas na mesa e deixar que as partes optem por uma mistura delas, já que nenhuma das propostas sozinha é capaz de reunir o dinheiro necessário.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.