O governo chamou o comando do PMDB ao Planalto nesta terça-feira, 25, para uma conversa com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. O objetivo do encontro era conter a "rebelião" do partido contra a CPMF após as nomeações de petistas para a Petrobras. Foram chamados para a reunião Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara, e o presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP). A continuidade da votação da CPMF foi adiada para esta quarta. As nomeações que provocaram insatisfação foram a de José Eduardo Dutra para a diretoria da BR Distribuidora e de Maria das Graças Foster para a diretoria do Gás. Os focos de descontentamento da base, que haviam diminuído na semana passada, pioraram com o atendimento apenas do PT na distribuição de cargos. No entendimento anterior, nenhum partido aliado seria contemplado com cargos antes da primeira votação da CPMF. Veja também: Especial sobre a CPMF Após 'rebelião' do PMDB, base tenta retomar votação da CPMF Votação da CPMF é adiada para quarta, diz líder do governo O PMDB quer a diretoria de relações internacionais da Petrobrás, mas, ao contrário do PT, não conseguiu ainda emplacar seu indicado José Augusto Fernandes. Demais partidos da base que concordaram em votar a favor da CPMF esperando nomeações depois da aprovação da proposta terão de ser convencidos novamente a dar crédito ao governo. "O governo teve a delicadeza de nos chamar e o ministro falou em nome do presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff. Ele nos deu explicações sobre as nomeações de petistas na Petrobras. Ele (Walfrido) disse que (as nomeações) foram feitas por mudanças técnicas e que não vai acontecer outra vez. Para nós basta a palavra do governo", disse Henrique Alves. Alves também participou de uma reunião na casa do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e após o encontro afirmou que seu partido votará em peso em favor da prorrogação da CPMF até 2011: "Vamos dar mais votos do que demos na semana passada". O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), informou que foi adiada para esta quarta a continuação da votação do primeiro turno da proposta de prorrogação da CPMF. O texto principal já foi aprovado semana passada, mas a votação só será concluída após a apreciação dos destaques e emendas à propostas. Muitas sessões Além da queda de braço na própria base, o governo terá de enfrentar várias votações até a conclusão da aprovação da emenda. Na última segunda-feira à noite, a Secretaria da Mesa concluiu uma nova avaliação das emendas aglutinativas apresentadas à proposta e dos destaques que exigem votação de pontos separados. São 33 emendas e 10 destaques, o que significa 43 votações nominais para concluir a aprovação da proposta. Um dos destaques vai exigir que o governo tenha 308 votos para manter a prorrogação da cobrança da CPMF. O PSDB apresentou esse destaque retirando do texto aprovado na semana passada o artigo que trata da CPMF. Ricardo Barros vai argumentar que muitas das emendas aglutinativas e dos destaques não poderão ser aceitos para tentar reduzir o número de votações. "Vamos fazer esse debate baseado no regimento", afirmou Barros.