Governo recusa acordo da oposição e PAC sai prejudicado

Oposição havia proposto suspender a obstrução na Câmara, se governo permitisse a instalação da CPI do Apagão. As oito medidas do programa trancam a pauta

Por Agencia Estado
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O governo recusou acordo proposto pela oposição de suspender por uma semana a votação de um recurso para evitar a criação da CPI do Apagão Aéreo em troca do fim da obstrução às votações no plenário da Câmara. O impasse cria mais dificuldade para o início das votações das medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O governo tem convicção de que a CPI mais atrapalha que ajuda. Não seria com CPI que os ânimos iriam serenar", disse o vice-líder do governo Henrique Fontana (RS), que poucas horas antes manifestara-se otimista em relação a um acordo. As MPs do PAC passaram a trancar a pauta do plenário nesta segunda-feira, 19. Havia a expectativa de um consenso entre governo e oposição em prol do programa para o crescimento, mas a base aliada ao Planalto preferiu manter-se na estratégia de evitar a CPI. PFL cede a apelos tucanos O PSDB tinha conseguido convencer o aliado PFL a desistir da estratégia de obstrução e propor um acordo ao governo para liberar as votações na Casa. Segundo a proposta, o governo não colocaria esta semana em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o recurso impedindo a instalação da CPI do Apagão Aéreo e a oposição liberaria a apreciação de matérias "de interesse do país", como o PAC. O PFL resistiu a abrir mão da obstrução o quanto pode, pois avaliava que era o melhor caminho para desgastar o governo, mas acabou cedendo aos apelos dos tucanos que não consideram uma boa estratégia impedir votações de apelo popular na Câmara. "Se conseguirmos um ambiente para votar um conjunto de medidas provisórias, me parece razoável que nós, o governo, esperemos mais uma semana para votar o recurso na CCJ", chegou a dizer Fontana, antes da resposta do governo. Na semana passada, a oposição impediu a votação de questões relacionadas à segurança e à mulher, e os tucanos avaliaram que obstruir a votação do PAC podia gerar conseqüências muito negativas. A oposição também recorreu ao Supremo Tribunal Federal para tentar garantir a CPI do Apagão Aéreo e pede que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) envie o mais rápido possível as informações solicitadas pelo tribunal.

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