Governo quer apenas um candidato à vaga do TCU

Com oito candidatos na disputa, os aliados de Lula temem que a pulverização dos votos resulte na vitória do pefelista e em uma derrota para o governo

Por Agencia Estado
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Os líderes dos partidos governistas na Câmara buscam um entendimento para ficar com apenas um candidato para disputar a eleição para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) marcada para esta terça-feira. Com oito candidatos na disputa, os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva temem que a pulverização dos votos resulte na vitória do pefelista Aroldo Cedraz (BA) e em uma derrota para o governo. Uma das tarefas do TCU é aprovar ou rejeitar as contas do Executivo. Mas há resistência entre os parlamentares em abrir mão da disputa. Os candidatos governistas são os deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR), Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), Paulo Delgado (PT-MG) e o ex-deputado e candidato derrotado na eleição de outubro José Antonio Almeida (PSB-MA). O PDT indicou o deputado Ademir Camilo (MG) e o PSDB, o deputado Gonzaga Mota (CE). Sem mandato e correndo por fora, está o secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart Viana de Paula. Servidor da casa há quase 30 anos, o secretário-geral é um funcionário de prestígio. Na função desde 1991, quando a Câmara era presidida pelo deputado Ibsen Pinheiro, Mozart consegue administrar conflitos entre governo e oposição sobre a interpretação do regimento, mantendo a confiança dos parlamentares de diferentes partidos. O nome de Mozart surgiu durante uma reunião de líderes com o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), como uma forma de homenagear um funcionário de carreira da casa em meio a tantos escândalos registrados nos dois últimos anos. Ele foi indicado pelo PSC com o apoio do PSOL. No entanto, depois das eleições, a vaga para o TCU passou a ser o principal objeto de desejo dos deputados, particularmente dos derrotados. O cargo de ministro do TCU é vitalício com um salário de R$ 23.275,00, maior do que os R$ 12.847 pagos aos parlamentares. Além disso, o salário é atrelado ao do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - 95% do valor -, o que significa garantia de que os vencimentos não ficarão defasados. Dos parlamentares que concorrem ao cargo, apenas Serraglio e Camilo conseguiram se reeleger em outubro passado.

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