Governo quer 2º turno da CPMF após substituir Renan

Por Cida Fontes
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O governo pretende fazer a eleição para a presidência do Senado antes da votação do segundo turno da emenda constitucional que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, prevista para o período de 18 a 19 de dezembro. Até lá, o Planalto espera concluir a disputa pela sucessão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e a retomada do clima de normalidade. Foi para dar tempo ao governo de reorganizar sua base e fazer a transição no comando do Senado que Romero Jucá marcou para a próxima quinta-feira, dia 6, a votação do primeiro turno da CPMF - dois dias depois de o plenário votar o pedido de cassação de Renan. Segundo aliados do Planalto, após o desfecho do caso Renan, o governo terá ainda tempo suficiente para consolidar os votos para aprovar o segundo turno da CPMF. Para facilitar as negociações, Renan está sendo aconselhado a renunciar da presidência do Senado na terça-feira, antes de seu julgamento. Com o afastamento definitivo de Renan, que pediu licença do cargo até dia 29 de dezembro, é preciso que o petista Tião Viana (PT-AC) convoque nova eleição num prazo de cinco dias úteis. Entre o primeiro e segundo turno da votação da CPMF, os líderes governistas estão estimando um intervalo de oito dias, o que atende aos prazos estabelecidos pelo regimento. A expectativa é buscar um nome de consenso para a sucessão de Renan dentro do PMDB, mas que tenha também trânsito na oposição e uma relação de confiança com o Planalto. Está decidido que o PMDB permanecerá à frente do Senado e entre as opções são cogitados os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN), que já lançou seu nome na bancada, e o senador José Sarney (PMDB-AP), que resiste a aceitar a indicação. O nome do senador Romero Jucá foi considerado para a sucessão de Renan. Se fosse escolhido, o governo perderia um operador político respeitado na liderança. Jucá tem canal com partidos de oposição, é respeitado no PMDB e conhece bem a vida do Senado.

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