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Governo propôs CPI para 'atropelar' oposição, diz Guerra

Por Cida Fontes
Atualização:

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), criticou hoje o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), por ter formalizado o pedido de criação de uma CPI para investigar o uso irregular de cartões corporativos. Para Guerra, Jucá tomou essa iniciativa para "atropelar" a oposição, que já estava coletando assinaturas para uma comissão mista (Senado e Câmara). O líder governista se antecipou e estendeu as investigações para o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. "Isso não honra o passado de Jucá nem sua inteligência", disse o presidente tucano. "O líder do governo foi ao extremo ao convocar uma CPI para não dar em nada, usando a mesma técnica e dissimulação para embaralhar as investigações", acusou o presidente do PSDB. Segundo ele, essa "técnica" foi utilizada pelos governistas por ocasião da instalação das CPIs dos Correios e do Mensalão, quando o Palácio do Planalto recomendou que as investigações fossem ampliadas para que incluíssem o PSDB, precisamente o senador Eduardo Azeredo (MG) e o governo Fernando Henrique. "A idéia agora é fazer de conta que os fatos ocorreram mas que o governo não tem nada a ver, como se os ministérios não fossem o próprio governo", disse. Ele ainda afirmou que a iniciativa de Jucá visa "atrapalhar" as investigações, como aconteceu durante a CPI do Mensalão e como ocorre com a CPI que apura irregularidades atribuídas a organizações não-governamentais (ONGs), que está paralisada. Guerra disse que, apesar da estratégia, o governo não conseguirá blindar a CPI. "Os fatos vão falar mais alto. E do ponto de vista da credibilidade, o governo está no plano inclinado e ainda não conseguiu ler o resultado da votação que derrotou a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) Senado."

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