O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou nesta sexta-feira, 28, de "cochilo da base aliada" do governo a não aprovação da Medida Provisória 377, que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo e cerca de 600 cargos da administração federal. O ministro adiantou que o governo tem algumas alternativas, dentre elas a criação de um ministério especial com as mesmas atribuições da secretaria comandada pelo professor Mangabeira Unger. Veja Também: Para ministro, rejeição à MP da secretaria foi 'decisão política' Derrubamos secretaria por 'insatisfação', admite Renan Lula nega 'barganha' e diz que derrota faz parte do 'jogo' Após rebelião, Lula promete 'atenção' a 'franciscanos' do PMDB Além da alternativa de criação de um ministério especial, Mantega citou que o governo poderá encaminhar ao Congresso um Projeto de Lei com urgência-urgentíssima, ou editar uma Medida Provisória um pouco diferente daquela vetada pelo Senado Federal. Seja qual for a alternativa adotada pelo governo, Mantega informou que não haverá dificuldades para encontrar um mecanismo de substituição da secretaria, ainda no início da próxima semana. "Já na segunda ou terça-feira teremos isso resolvido", disse. Sobre a derrota do governo no Senado, o ministro acredita que foi um episódio isolado."Ele não se repetirá com relação à CPMF", assegurou."Acho que foi um cochilo da nossa base a não aprovação desta importante secretaria, mas não é um dano irreparável. Estamos encontrando os meios para recriá-la", frisou. Na sua opinião, esta turbulência faz parte da democracia, pois o Congresso é dinâmico e atua com soluções e conflitos. Sem 'reclamações' Apesar de dizer que houve um cochilo da base aliada com relação à MP 377, Mantega disse que o governo não tem muito o que reclamar do Congresso. "No conjunto da obra, o Congresso tem contribuído para o desenvolvimento do País". Ele disse acreditar que o Brasil tem avançado com a aprovação da maioria dos projetos enviados pelo governo ao parlamento, citando especificamente o Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC). "Estou satisfeito e temos que assumir o bônus do regime democrático e o ônus, que é, em alguns momentos, o governo ser derrotado em alguma votação. Isso faz parte da democracia".