Governo não polemiza com militares sobre demarcação em RR

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A preocupação do governo com a disputa entre índios e fazendeiros na Reserva Serra do Sol, em Roraima, levou hoje os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, a se reunirem para tentar encontrar uma solução para o conflito. Antes do encontro, o ministro da Justiça evitou polemizar com os militares, que prepararam relatórios entregues ao Planalto advertindo sobre a ameaça à segurança nacional, caso a reserva seja demarcada em terras contínuas. "Essas questões já foram examinadas e nós estamos trabalhando nisso. Nada vai ser feito com pressa", assegurou o ministro da Justiça. Ele afirmou ter conhecimento das ponderações feitas pelos militares. "Nós conhecemos esses relatórios e estamos absolutamente convencidos de que as coisas precisam ser feitas com métodos e calma", declarou o ministro, ao avisar que a intenção do governo é "resolver definitivamente a questão fundiária em Roraima". Na reunião, que foi preparativa para uma outra que será realizada no fim de semana em Roraima, com todas as partes interessadas na discussão, estavam presentes ainda o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, e o presidente em exercício do Incra, Roberto Kill. O Planalto evita a polêmica com os militares, mas a ordem no governo é manter a decisão de fazer a demarcação da reserva em terras contínuas. Na reunião marcada para começar na sexta-feira, em Roraima, os técnicos de diversas áreas do governo federal pretendem ampliar não só as discussões com os setores que são pró e compra a homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, mas também para tratar todo problema fundiário existente no estado. Coordenado pela Casa Civil, o trabalho, que deveria ser concluído até o dia 30 de janeiro, deverá ter seu prazo novamente prorrogado, por pelo menos mais um mês, porque a questão é considerada "muito complexa" pelo governo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.