Governo intensificará monitoramente de conflitos no campo

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Por Agencia Estado
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O governo vai intensificar as ações da área de inteligência da Polícia Federal para monitorar ocupações de fazendas e a movimentação de grupos de sem-terra e fazendeiros no País. A decisão foi tomada hoje pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, após reunir-se com o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda. Os dois discutiram a estratégia do governo para conter a onda de invasões e violência no campo. O assunto voltará a ser tratado nos próximos dias em encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Bastos e demais ministros ligados às questões agrárias e de segurança pública. Ainda não há data para a reunião. A Polícia Federal já monitora as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e demais entidades de trabalhadores rurais, além da formação de milícias organizadas por fazendeiros. Mas, diante da crescente tensão em diversos pontos do País, a PF vai reforçar o trabalho. A idéia é mobilizar mais agentes, em especial nos focos de maior tensão, como na região do Pontal do Paranapanema e em Estados como Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas. As atividades de inteligência no campo são conduzidas também pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. "Considerando a atribuição do governo de gerenciar eventuais conflitos e resolvê-los pacificamente, o GSI realiza permanentemente acompanhamento e estudos de questões e fatos relevantes com o propósito de prover informações ao senhor presidente da República", informou a assessoria de Imprensa do GSI. Márcio Thomaz Bastos e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, deixaram claro que o governo reagirá de forma enérgica a qualquer violação da lei por parte de sem-terra e fazendeiros no processo de reforma agrária. Bastos tem repetido que ninguém está acima da lei. Enquanto integrantes do governo já falam sobre infiltração e uso político dos sem-terra, deputados petistas admitem, reservadamente, temer que o MST e outros movimentos sociais percam o controle sobre os trabalhadores, o que só agravaria o risco de mais violência no campo.

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