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Governo inicia plano de ação política para aprovar reformas

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo inicia esta semana uma ofensiva política para que as reformas da Previdência e do sistema tributário sejam aprovadas no Congresso por ampla maioria de votos. O ?plano de ação política? dos governistas consiste em buscar a unidade na própria base parlamentar governista e integrar a oposição e os 27 governadores num ?mutirão? pelas reformas, como definiu o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Os governadores, aliados e de oposição, serão visitados pelos líderes governistas em seus Estados. Aldo Rebelo disse ontem que o governo defenderá suas propostas, mas está disposto a negociar com os setores políticos e da sociedade. ?Entramos na fase do afunilamento da discussão e da negociação. E o processo de negociação pressupõe reciprocidade?, observou o líder. Cauteloso, ele preferiu não antecipar se o governo negociaria, por exemplo, a taxação dos servidores inativos. ?O governo está disposto a negociar, mas vai depender do que for proposto?, prosseguiu. Como não tem maioria parlamentar para aprovar emendas constitucionais, os líderes governistas precisam atrair a oposição. ?A co-responsabilidade da oposição é fundamental, já que as reformas não interessam apenas ao governo e aos partidos governistas, mas são essenciais para o país?, argumentou Aldo Rebelo. Os dois maiores partidos de oposição, PSDB e PFL, somam mais de 150 votos na Câmara. Além do cronograma de votações das duas emendas constitucionais, o deputado vai submeter o plano de ação política amanhã aos vice-líderes do governo. Na terça-feira, ele se reunirá com os líderes dos partidos aliados ao Palácio do Planalto. A idéia é compatibilizar diálogo com agilidade. Já nesses encontros, Aldo Rebelo pretende aprovar o roteiro de visitas aos governadores, os maiores aliados do governo na defesa das reformas. As primeiras viagens serão feitas aos Estados administrados por partidos da base aliada, PT, PSB, PPS e PDT. Em seguida, serão visitados os governadores do PSDB, PFL e PMDB e, se possível, com a presença dos líderes desses partidos na Câmara e Senado. Os líderes governistas vão conversar também com representantes do Judiciário, de entidades civis, das centrais sindicais e empresários. ?A negociação é uma das condições para que as reformas sejam aprovadas com uma base de sustentação bem ampla?, observou Rebelo. Para ajudar no esclarecimento dos pontos mais polêmicos das reformas, a liderança do governo na Câmara distribuirá cartilhas e usará os meios de divulgação, como a Internet. Na avaliação do líder, a discussão das reformas com os partidos e a sociedade antes da votação é compatível com a agilidade que o governo pretende votar as propostas. ?Teremos tempo necessário para isso?, disse Aldo Rebelo, raciocinando que, só na Comissão Especial destinada a examinar o mérito das reformas, o regimento prevê a realização de 40 sessões.

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