Governo fica surpreso com tamanho da manifestação e aliviado com caráter pacífico
Monitoramento feito pelo Planalto não indicava que as adesões poderiam superar as dos protestos de março de 2015
Por Vera Rosa e Beatriz Bulla
Atualização:
BRASÍLIA - Apesar da previsão inicial de que as manifestações deste domingo seriam maiores do que atos anteriores, o governo se surpreendeu com a multidão que ocupou as ruas em todo o País. O protesto deste domingo bateu recorde de público na comparação com os demais realizados no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
A presidente, que passou o domingo no Palácio da Alvorada acompanhando as mobilizações, reuniu um grupo de ministros ao longo da tarde e início da noite para definir a estratégia a ser adotada pelo governo como reação às manifestações.
Avenida Paulista é tomada por manifestantes vestidos de verde e amarelo
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Manifestação
A Polícia Militar chegou arestringiro acesso de pessoas à Avenida Paulista na manifestação de 13 de março. O argumento foio excesso de pessoas no loca... Foto: Daniel Teixeira / EstadãoMais
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Foto da Avenida Paulista mostra a via tomada de manifestantes Foto: AFP / MIGUEL SCHINCARIOL
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O governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, ambos do PSDB, foram ao protesto na Avenida Paulista. Os políticos foramhostilizadose não discur... Foto: Gustavo Lopes / Radio EstadãoMais
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Criança cumprimenta policial militar na Avenida Paulista Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Manifestantes tiram foto com agentes da Polícia Militar em São Paulo Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Manifestantes levaram bonecos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula Foto: AMANDA PEROBELLI / ESTADÃO
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Raio entre o vão livre do Masp e a sede da Fiesp concentra o maior volume de manifestantes Foto: Gabriela Biló/Estadão
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O presidente da Fiesp Paulo Skaf defendeu nesta tarde a renúncia da presidente como caminho 'menos traumático' para o fim da crise política no Brasil Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Vão livre do Masp concentra manifestantes na tarde deste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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O juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato são alvo de homenagens no protesto deste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Manifestantes fazem ato contra o governo de Dilma Rousseff na Avenida Paulista Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Como aconteceu em atos anteriores, policiais militares são exaltados pelos manifestantes Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Bandeiras de manifestantes pedem o fim dacorrupção, a renúncia e o impeachment dapresidente Dilma e exaltam o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Concentração reúne manifestantes na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Reivindicações se ampliam na Avenida Paulista neste domingo Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Vestidos de verde e amarelo, manifestantes carregam faixas, bonecos de alusão aDilma Rousseff e aLulae bandeiras do Brasil Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Marcado para começar às 15h, o ato contra o governo de Dilma Rousseff já recebia manifestantes desde o início da tarde Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Cartazes pedem o fim da corrupção e a saída de Dilma Rousseff da presidência Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Vendedores ambulantes faturam com a venda de bonecos em alusão ao ex-presidente Lula e à Dilma Rousseff Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Bandeiras do Brasil ilustram a Avenida Paulista na tarde desta terça-feira Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Em São Paulo, vendedores ambulantes se incorporam à manifestação na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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É possível encontrar'panelaços' na concentração do ato contra o governo de Dilma Rousseff Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Crianças participam de manifestação na Avenida Paulista Foto: Gabriela Biló/Estadão
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'Panelaço' também integra protesto na Avenida Paulista Foto: Amanda Perobeli/Estadão
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Por volta das 20h, a Presidência divulgou uma nota sucinta, de quatro linhas, na qual destacou o “caráter pacífico das manifestações”, que demonstra a “maturidade de um País que sabe conviver com opiniões divergentes e garantir respeito às leis e às instituições”. “A liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada”, diz o texto.
O governo teme que os atos fortaleçam o processo de impeachment da petista, que deve ser retomado pelo Congresso ainda nesta semana. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já avisou parlamentares que a Casa retomará o processo de impedimento da presidente assim que o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento sobre o rito do impeachment, o que está previsto para acontecer na quarta-feira.
Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) fizeram neste domingo o balanço do dia e discutiram com Dilma os próximos passos do governo.
Até o final da última semana, o governo avaliava que os atos deste domingo seriam maiores que os três últimos, no rastro da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) e da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no depoimento à Polícia Federal. O monitoramento feito pelo Planalto não indicava, porém, que as adesões poderiam superar as dos protestos de março de 2015.
Dilma se preocupa com o esfacelamento da base aliada, depois do aviso prévio dado pelo PMDB ao governo. Na convenção nacional de sábado, o partido definiu prazo de 30 dias para discutir o desembarque oficial da gestão petista e a entrega de cargos. Até lá, peemedebistas ficaram impedidos de assumir novos postos no governo federal. Muitos no Planalto falam na necessidade de uma “concertação”, sem indicativos concretos de como a ideia pode sair do papel.
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Pacto. Em conversas reservadas, interlocutores de Dilma dizem que é preciso um pacto nacional para sair da crise, mas ainda não conseguem definir os próximos passos. “A situação é muito difícil”, disse um ministro ao Estado. “Os problemas não são poucos e matamos muitos leões por dia. Mas achamos que nem todos os caminhos estão interrompidos.”
Bloqueio.
O receio de atos violentos e tentativas de invasão à residência oficial da presidente fez com que o entorno do Palácio da Alvorada, onde Dilma permaneceu durante todo o domingo acompanhando em tempo real as manifestações, ficasse bloqueado para passagem de carros e pedestres. Cerca de um quilômetro antes da guarita de entrada no Alvorada, o bloqueio era feito por placas de metal e segurança ostensiva.